O Brasil concedeu o asilo político a Pinto, mas o governo boliviano se nega a conceder um salvo-conduto ao político para que deixe o país, com o argumento de que seu caso não é político, e sim judicial, porque ele é acusado de corrupção.
"Meu pai já está há um ano na embaixada. Ele está bem, estou com ele, mas estamos preocupados com a possibilidade que que possa ficar doente, por falta de sol, por estar em um recinto pequeno e fechado", explicou à AFP Denise Pinto, filha do parlamentar, representante da região amazônica de Pando (norte), na fronteira com o Brasil.
A mulher, de 22 anos, negou que seu pai esteja doente, como Monasterio havia afirmado inicialmente. Ela explicou que o caso está com a Procuradoria-geral da República brasileira para que emita uma opinião. "Esperamos que este tema chegue a uma solução favorável na primeira semana de junho", disse.
O incidente provocou atritos diplomáticos no ano passado. O presidente Morales disse em junho que Brasília havia se equivocado ao conceder asilo ao parlamentar e, um mês depois, a ministra da Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila, acusou o embaixador brasileiro de assumir um papel político e não diplomático.
O governo boliviano reiterou nesta terça que não permitirá que o senador deixe a Bolívia. Dávila indicou que "a situação de Pinto está nas mãos da justiça" boliviana, e que o seu governo não concederá o salvo-conduto.
A presidente do Senado, a governista Gabriela Montaño, disse em uma entrevista coletiva à imprensa que "a situação do senador pode ser resolvida se ele se apresentar à justiça comum e se defender como qualquer cidadão, porque é acusado de crimes comuns".
O caso está na agenda bilateral entre Bolívia e Brasil junto com a situação dos 12 torcedores do Corinthians detidos desde o fim de fevereiro em uma prisão boliviana, pela morte de um jovem torcedor durante uma partida da Taça Libertadores.