Bruxelas - A Europa tentava nesta segunda-feira (27/5) alcançar um compromisso para decidir se flexibiliza ou suspende totalmente o embargo de armas que pesa sobre a Síria para ajudar a oposição ao regime de Bashar al-Assad, como deseja o Reino Unido, apoiado pela França. No entanto, o assunto divide os 27 ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) há meses. Um grupo de países, liderado pela Áustria, pede a manutenção do embargo, que expira no fim desta semana, ao alegar que fornecer mais armas à oposição pioraria o conflito. "Há uma forte vontade de tentar encontrar uma solução europeia", declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, em sua chegada à reunião de ministros em Bruxelas.
[SAIBAMAIS]A maioria dos países, entre eles Espanha e Itália, se inclinam por um ponto intermediário: um levantamento parcial do embargo, sob rígidas condições e avaliando cada caso. A Espanha convocou hoje seus sócios a emendar o embargo "para proteger a sociedade civil". De qualquer forma, o ministro espanhol das Relações Exteriores e Cooperação, José Manuel García-Margallo, esclareceu que será preciso avaliar "caso a caso para evitar que (as armas) caiam nas mãos erradas".
O ministro ressaltou que a posição de manter o embargo tal como está "não garante ou ajuda a deter o massacre da população síria". Qualquer decisão precisa da unanimidade dos 27 países, que deverão alcançar um consenso. O serviço diplomático da UE considera três opções sobre a mesa: a primeira seria prorrogar o embargo tal como está, por um tempo indeterminado, "mais três meses, por exemplo", segundo um documento que a AFP obteve uma cópia.
A segunda seria suspender o embargo, sem exceções para benefício da oposição. E a terceira seria alterar o embargo, "para proteger os civis, avaliando caso a caso e sob condições", definindo claramente que armas e a quem poderiam ser entregues.
Diante das profundas divisões, alguns ministros expressaram suas reticências de que um acordo seja alcançado. "Uma divergência na Europa enviaria o sinal equivocado", advertiu o ministro alemão, Guido Westerwelle. "Quanto mais a Europa agir, mais influência teremos para combater a violência na Síria", acrescentou.