Paris - Dezenas de milhares de pessoas contrárias ao casamento homossexual protestaram novamente nas ruas de Paris neste domingo (26/5) em uma jornada marcada por incidentes no início da noite, a três dias da celebração da primeira união civil de um casal gay.
Depois de a manifestação ter sido realizada sem um ato violento maior, a tensão aumentou no início da noite nas imediações do monumento dos Inválidos, quando cerca de 200 a 300 baderneiros atacaram as forças de segurança e jornalistas com pedras, barras de ferro e sinalizadores. Um fotógrafo da AFP ficou levemente ferido.
As autoridades haviam alertado esta semana os organizadores da "Manifestação por todos" para os riscos de participação de grupos extremistas de direita. No total, 4.500 policiais e guardas foram mobilizados.
Mais uma vez, os números sobre a participação foram muito diferentes, com a polícia indicando 150.000 pessoas e os organizadores reivindicando mais de um milhão. Cerca de 2.800 pessoas também participaram de outra manifestação convocada pelo Instituto Civitas, ligado aos católicos integristas.
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Mas a mobilização parece ter sido menor com a votação definitiva, em 23 de abril, da lei liberando o casamento e a adoção aos casais do mesmo sexo. A última grande manifestação nacional, realizada no dia 24 de março em Paris, tinha reunido 1,4 milhão de pessoas, segundo o grupo "Manifestação por todos", e 300.000, de acordo com a Polícia.
O presidente François Hollande, que prometeu durante sua campanha presidencial o "casamento para todos", tem sofrido forte oposição, especialmente por parte de militantes da direita e círculos católicos.
"Último Dia das Mães antes da liquidação", "Não acabou, apenas começou". No Quartier Latin, turistas observavam surpresos o ato. Pilar, uma espanhola disse: "Sabia que parte da sociedade francesa é conservadora, mas, a este ponto, não é a imagem que eu tinha da França".
Apesar do imponente esquema de segurança, cerca de dez militantes do pequeno grupo Geração Identitária conseguiram escalar a sede do Partido Socialista, exibindo uma bandeira na qual era possível ler "Hollande renúncia". Eles foram detidos e levados em uma viatura policial.
No total, 96 pessoas foram detidas durante o dia, de acordo com um registro do Ministério do Interior estabelecido antes dos incidentes do início da noite.
Engajamento político
Uma das principais figuras dos protestos, Frigide Barjot, havia desistido de participar da manifestação "devido ao clima de violência."
Mas vários políticos da União por um Movimento Popular (UMP), principal partido da oposição de direita, e da Frente Nacional (extrema direita) participaram do ato.
O presidente da UMP, Jean-François Copé, aproveitou para pedir que os opositores ao casamento gay "transformem seu engajamento social em engajamento político", considerando que "o próximo encontro será nas urnas", para as eleições municipais de 2014.
Adotada definitivamente pelo Parlamento francês em 23 de abril, a lei que permite o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo foi promulgada em 18 de maio, depois de quatro meses de batalha no Parlamento e nas ruas.
Em uma ironia do destino, neste domingo à noite, o júri do Festival de Cannes concedeu sua Palma de Ouro ao filme "A vida de Ad;le", do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, recompensando pela primeira vez uma obra abordando abertamente a homossexualidade.
Depois de a manifestação ter sido realizada sem um ato violento maior, a tensão aumentou no início da noite nas imediações do monumento dos Inválidos, quando cerca de 200 a 300 baderneiros atacaram as forças de segurança e jornalistas com pedras, barras de ferro e sinalizadores. Um fotógrafo da AFP ficou levemente ferido.
As autoridades haviam alertado esta semana os organizadores da "Manifestação por todos" para os riscos de participação de grupos extremistas de direita. No total, 4.500 policiais e guardas foram mobilizados.
Mais uma vez, os números sobre a participação foram muito diferentes, com a polícia indicando 150.000 pessoas e os organizadores reivindicando mais de um milhão. Cerca de 2.800 pessoas também participaram de outra manifestação convocada pelo Instituto Civitas, ligado aos católicos integristas.
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Mas a mobilização parece ter sido menor com a votação definitiva, em 23 de abril, da lei liberando o casamento e a adoção aos casais do mesmo sexo. A última grande manifestação nacional, realizada no dia 24 de março em Paris, tinha reunido 1,4 milhão de pessoas, segundo o grupo "Manifestação por todos", e 300.000, de acordo com a Polícia.
O presidente François Hollande, que prometeu durante sua campanha presidencial o "casamento para todos", tem sofrido forte oposição, especialmente por parte de militantes da direita e círculos católicos.
"Último Dia das Mães antes da liquidação", "Não acabou, apenas começou". No Quartier Latin, turistas observavam surpresos o ato. Pilar, uma espanhola disse: "Sabia que parte da sociedade francesa é conservadora, mas, a este ponto, não é a imagem que eu tinha da França".
Apesar do imponente esquema de segurança, cerca de dez militantes do pequeno grupo Geração Identitária conseguiram escalar a sede do Partido Socialista, exibindo uma bandeira na qual era possível ler "Hollande renúncia". Eles foram detidos e levados em uma viatura policial.
No total, 96 pessoas foram detidas durante o dia, de acordo com um registro do Ministério do Interior estabelecido antes dos incidentes do início da noite.
Engajamento político
Uma das principais figuras dos protestos, Frigide Barjot, havia desistido de participar da manifestação "devido ao clima de violência."
Mas vários políticos da União por um Movimento Popular (UMP), principal partido da oposição de direita, e da Frente Nacional (extrema direita) participaram do ato.
O presidente da UMP, Jean-François Copé, aproveitou para pedir que os opositores ao casamento gay "transformem seu engajamento social em engajamento político", considerando que "o próximo encontro será nas urnas", para as eleições municipais de 2014.
Adotada definitivamente pelo Parlamento francês em 23 de abril, a lei que permite o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo foi promulgada em 18 de maio, depois de quatro meses de batalha no Parlamento e nas ruas.
Em uma ironia do destino, neste domingo à noite, o júri do Festival de Cannes concedeu sua Palma de Ouro ao filme "A vida de Ad;le", do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, recompensando pela primeira vez uma obra abordando abertamente a homossexualidade.