Cidade da Guatemala - A Guatemala comemora neste sábado (25/5) 20 anos do chamado autogolpe de Estado protagonizado pelo ex-presidente Jorge Serrano, a última ruptura constitucional no país desde o início da época democrática, em 1986, após uma série de governos militares.
Serrano (1991-1993) "optou por um autogolpe" para manter o controle do país que atravessava uma crise política, como explica um relatório publicado em 1999 pela Comissão de Esclarecimento Histórico patrocinada pela ONU, ao término da guerra civil (1960-1996).
O ex-presidente dissolveu o Congresso e a Corte Suprema de Justiça, "emitiu medidas de censura à imprensa" e "suspendeu 46 artigos da Constituição", destaca o informe.
Embora não tenham sido realizados atos em lugares públicos para relembrar o golpe de Estado conhecido como "Serranazo", a imprensa local deu destaque ao acontecimento.
O jornal "Siglo 21" apresentou uma cronologia do golpe de Estado, a carreira política do ex-governante e outros elementos da crise política vivida pelo país nessa época.
"Efemérides de uma data esquecida", diz o editorial do "Prensa Libre", um dos veículos que se opuseram às ordens de censura impostas à imprensa pelo governo.
O ex-presidente Serrano se encontra asilado no Panamá desde 1993, e a Guatemala ainda mantém uma ordem de captura contra ele por violação da Constituição e outros delitos cometidos durante o golpe de Estado.