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Terremoto de 8,3 graus de magnitude abala a Rússia nesta sexta-feira

Tremores foram sentidos em inúmeras cidades do país, da Sibéria à Carélia, passando pela região da Volga

Moscou - Um terremoto de 8,3 graus de magnitude atingiu a Rússia nesta sexta-feira a partir do mar de Okhotsk, provocou um breve alerta de tsnunami no extremo oriente do país e foi sentido em Moscou, a 7 mil quilômetros de distância. Durante a manhã, os serviços de socorro moscovitas receberam dezenas de ligações de moradores preocupados. Em alguns locais os móveis e a louça tremeram.

Quase 850 pessoas foram retiradas de um imóvel comercial no centro da cidade por medida de segurança, segundo a agência Ria Novosti. O prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, pediu calma à população, após confirmações de magnitude 2 na capital. "Não há o que temer", declarou o prefeito, citado pela agência Interfax. Ele pediu aos serviços de segurança da capital para darem o máximo de conforto à população.

[SAIBAMAIS]

Tremores foram sentidos em inúmeras cidades do país, da Sibéria à Carélia, passando pela região da Volga. Em São Petersburgo, um imóvel de 21 andares também foi esvaziado. O epicentro do terremoto, que ocorreu às 16h47 hora local (2h47 de Brasília), está situado a 600 km de profundidade no mar de Okhotsk, ao longo da costa do extremo oriente russo, segundo o centro americano de geologia (USGS), que calculou uma magnitude de 8,3.

Os serviços sismológicos da Academia Russa de Ciências informaram uma magnitude de 7,3 na escala Richter. Nenhuma vítima ou danos foram constatados no extremo oriente do país segundo informações preliminares. As autoridades russas emitiram um alerta de tsunami, recomendando que os habitantes das regiões de Sacalina e das Ilhas Kuril deixem as zonas costeiras e se abriguem em locais altos, mas o alerta foi retirado logo depois.

Segundo os serviços meteorológicos russos, a onda não deveria ultrapassar um metro de altura. O terremoto aconteceu "com a junção das placas tectônicas pacífica e eurasiana", explicou à AFP Yuri Varakin, diretor do departamento de situações de urgência dos serviços meteorológicos russos.

"Toda a placa sobre a qual se encontra o continente tremeu em razão de profundidade e da magnitude do terremoto, e seus efeitos foram sentidos em todo o território russo", declarou à AFP Anatoli Tsygankov, outro funcionário dos serviços meteorológicos russos. "A última vez que tremores foram sentidos em Moscou foi em 1984, quando um terremoto atingiu a Moldávia e a Romênia (...), na extremidade ocidental da placa, numa profundidade igualmente grande", explicou Varakin.

Segundo um especialista do departamento de geofísica da Academia Russa de Ciências, os efeitos do terremoto deveriam ser sentidos ainda por algum tempo. "A atividade (sismológica) vai continuar durante alguns anos", afirmou Alexei Emanov, citado pela agência Interfax.



Quatro abalos sísmicos importantes ocorreram no mesmo local desde 1988, mas nenhum causou estragos em razão da profundidade do epicentro, segundo o USGS. Diversos tremores foram registrados nos últimos dias ao longo da península de Kamtchatka, ponto de encontro entre as placas tectônicas do Pacífico e norte-americana.