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Fotos da morte de Bin Laden podem permanecer secretas, diz Justiça

O líder da Al-Qaeda foi assassinado no Paquistão, em maio de 2011, pelo comando especial de marines de guerra que tirou fotografias do corpo para confirmar o êxito da missão

Washington - Uma Corte de Apelações dos Estados Unidos determinou nesta terça-feira (21/5) que o governo federal não é obrigado a divulgar as fotos tiradas do líder da rede Al-Qaeda Osama bin Laden depois da sua morte no Paquistão nas mãos de forças especiais americanas.

O líder da Al-Qaeda foi assassinado no Paquistão, em maio de 2011, pelo comando especial de marines de guerra, os SEAL americanos, que tiraram fotografias do corpo para confirmar o êxito da missão.

Em uma exposição de 14 páginas, os juízes consideraram que a Agência Central de Inteligência (CIA) havia se negado a publicar as fotos "com base no fato de que as imagens foram classificadas como ;Top Secret;". "Nós lhe damos razão porque as imagens foram classificadas corretamente e, por isso, estão isentas de divulgação", justificaram.

A organização conservadora Judicial Watch processou a CIA, depois que a agência se negou a responder positivamente a um pedido baseado na Lei da Liberdade de Informação (FOIA, em inglês) dos Estados Unidos, para que todas as fotos post-mortem de Bin Laden fossem divulgadas.

A CIA argumentou que as imagens eram uma exceção porque sua divulgação representaria um risco para a segurança nacional. A agência indicou ainda que as imagens eram explícitas e espantosas, o que foi corroborado pelos juízes. Segundo eles, "se forem reveladas, pode-se esperar que levem a ataques de represália contra americanos".



A Judicial Watch alegou que a CIA não seguiu o procedimento adequado na classificação dos documentos e que adotou medidas nesse sentido apenas depois que a organização recorreu à FOIA. Um tribunal de primeira instância deu razão à CIA, e a Corte de Apelações confirmou a decisão.

"As declarações da CIA dão motivos para crer que a divulgação de imagens de militares americanos enterrando o fundador e líder da Al-Qaeda poderia ser muito prejudicial", escreveram os juízes.

Como exemplos, a CIA mencionou os protestos decorrentes da publicação de caricaturas do profeta Maomé, na Dinamarca, e da divulgação na revista "Newsweek" da notícia sobre soldados americanos profanando o Alcorão.

O chefe de Operações Especiais americano, almirante William McRaven, também considerou que a revelação de imagens representaria um risco para os soldados envolvidos nessa missão, já que poderiam ser identificados.

Embora essas previsões não passem de especulação, a corte entendeu que a CIA conseguiu fundamentar suas argumentações, que seriam "plausíveis" e "lógicas".