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Preso, ex-presidente peruano Fujimori sofre de gastrite aguda

Ele foi condenado a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos

Lima - O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos, sofre de uma gastroduodenite erosiva que está provocando sangramento, informou neste domingo seu médico, o legislador Alejandro Aguinaga. "Os exames que fizeram na clínica revelaram que o ex-presidente tem uma gastroduodenite que está erodindo tanto o estômago quanto o duodeno, o que provoca sangramento", disse Aguinaga, após supervisionar a transferência de Fujimori da clínica até a prisão, situada em uma base policial ao leste de Lima.

Ele explicou que, devido a esta moléstia, o ex-presidente não conseguia se alimentar, "já que todo o alimento caía nas áreas com feridas". Aguinaga disse que Fujimori, de 74 anos, foi submetido a uma biópsia, cujo resultado sairá em três dias, para determinar o grau da enfermidade, além do que indicou que teve detectada uma pequena ferida em uma parte da língua onde foi operado e os médicos o submeteram a alguns exames.

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"Já são muitos anos que o meu pai está privado da liberdade e a gastrite que padece se agravou pelo estresse de estar na prisão", declarou na noite de sábado Keiko Fujimori, filha do ex-presidente e ex-candidata à Presidência. O ex-presidente Fujimori (1990-2000) foi internado na noite de sexta-feira em uma clínica local com problemas digestivos que estão causando perda de peso.

[SAIBAMAIS]Na clínica foi submetido a uma endoscopia e diferentes exames gástricos, disse Aguinaga. A família de Fujimori pediu ao governo, em outubro de 2012, que lhe conceda o indulto humanitário com o argumento de que as condições carcerárias deterioram sua saúde, pois sofre de câncer na língua e hipertensão.

Em março deste ano, uma Junta Médica Penitenciária informou que Fujimori tem um "câncer de língua e displasia recorrente da língua operados, sem evidência atual de câncer".

O parecer da Junta Médica será enviado nos próximos dias ao Ministério da Justiça para que este o transmita ao presidente Ollanta Humala, que deverá decidir se concede o indulto humanitário.

Fujimori foi condenado em abril de 2009 a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos como autor intelectual de dois massacres durante o seu governo, nos quais foram assassinadas 25 pessoas, no âmbito do conflito com a agora desarticulada guerrilha maoísta Sendero Luminoso.