O ator recebeu o novo passaporte durante um jantar com Putin - ironizado pela oposição - em janeiro, depois de uma briga com as autoridades francesas que pretendiam elevar os impostos dos ricos, que chegariam a 75% de parte da renda. Em uma entrevista ao jornal Komsomolskaya Pravda, Depardieu afirma que está orgulhoso do que foi feito por Putin, ex-agente da KGB, em 13 anos de poder.
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"Tenho muitos amigos russos, Putin, por exemplo", disse o ator, conhecido pelo papel de "Cyrano de Bergerac" e vencedor de prêmios importantes da indústria do cinema. "Vou dizer o que penso de Putin: a nação russa precisa de uma pessoa como ele, com um temperamento russo. Putin está tentando devolver um pouco de dignidade ao povo". "Para mim, ele é como (o falecido ex-presidente francês) François Mitterrand ou o Papa João Paulo II. Nunca havia falado antes a um jornalista, mas é o que penso".
[SAIBAMAIS]João Paulo II foi férreo anticomunista que ajudou a consolidar o sindicato Solidariedade na Polônia em 1980. Putin já afirmou que o colapso da União Soviética foi uma das grandes tragédias do século XX e foi acusado pela oposição de não expor nem condenar as atrocidades cometidas pelo ditador Joseph Stalin.
Depardieu negou que aceitou a nacionalidade russa e a função de relações públicas para reviver a carreira. "É ridículo. Tenho mais de de 200 filmes. Quem precisa de relações públicas depois disso?". O ator disse que deixou a França porque não suporta a política do presidente François Hollande. Na eleição passada ele apoiou Nicolas Sarkozy. "Gostava de Sarkozy porque todo mundo estava contra", disse Depardieu.