Seul - A Coreia do Norte disparou neste sábado três mísseis de curto alcance no Mar do Japão, aparentemente durante treinamentos militares, afirmou a Coreia do Sul. "A Coreia do Norte lançou dois mísseis guiados pela manhã e outro à tarde", afirma um comunicado do ministério sul-coreano da Defesa. "Os mísseis caíram no Mar Oriental (Mar do Japão)", afirmou um porta-voz do ministério.
[SAIBAMAIS]O governo de Pyongyang criticou recentemente "os atos hostis e as provocações militares" da Coreia do Sul, incluindo os exercícios conjuntos das tropas sul-coreanas e americanas.
Seul e as tropas de Washington, lideradas pelo porta-aviões de propulsão nuclear "USS Nimitz", realizaram esta semana exercícios navais conjuntos, apesar dos protestos de Pyongyang, que considera as manobras um preparativo para a guerra.
Na sexta-feira, a agência sul-coreana Yonhap, citando um estudo do Instituto Coreano de Análises de Defesa (KIDA), indicou que a Coreia do Norte poderia ter o dobro de bases móveis de lançamento de mísseis do que se pensava até agora. A nova estimativa é que o Norte teria até 50 lançadores móveis para mísseis de médio alcance e 150 para mísseis de curto alcance.
Na quarta-feira, uma fonte do governo americano, em contradição com recentes relatórios da inteligência do país, afirmou que a Coreia do Norte ainda não desenvolveu uma ogiva nuclear capaz de ser instalada em um míssil.
Neste sábado, um assessor do primeiro-ministro japonês que havia viajado durante a semana a Coreia do Norte para tentar solucionar a questão sobre os japoneses sequestrados por Pyongyang nos anos 1970 e 1980 retornou ao Japão.
O assessor Isao Iijima desembarcou em Pyongyang na terça-feira para uma visita inesperada a Coreia do Norte, considerada "inútil" pela Coreia do Sul. Na quarta-feira, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe afirmou que era favorável a um encontro com o dirigente norte-coreano Kim Jong-Un, que seria condicionada a uma solução para o problema dos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte nos anos 1970 e 1980.
O assessor trabalhou com outro primeiro-ministro conservador japonês, Junichiro Koizumi (2001-2006), organizando duas viagens a Coreia do Norte, em 2002 e 2004 que permitiram recuperar cinco japoneses sequestrados há décadas pelo serviço secreto norte-coreano.
A relação entre os dois países é muito tensa, sobretudo porque Tóquio acusa Pyongyang de ainda manter reféns japoneses. A Coreia do Norte alega que dos 13 que admite ter sequestrado, oito morreram.
O regime de Pyongyang executou os sequestros nos anos 1970 e 1980 para utilizar os japoneses como professores de idioma e cultura nipônica para seus espiões.