MOSCOU - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, pediram nesta sexta-feira (17/5) a organização o mais rápido possível de uma conferência internacional sobre a Síria para acabar com o derramamento de sangue.
Após um encontro em Sochi (sul da Rússia), Ki-moon também pediu que o regime de Damasco permita que os especialistas da ONU investiguem o país para verificar as acusações sobre o uso de armas químicas na guerra entre o o governo e os rebeldes. "A organização de uma conferência deve acontecer o mais rápido possível porque as expectativas são altas", declarou Ban Ki-moon em uma entrevista coletiva.
O chanceler russo advertiu que é muito cedo para fixar uma data para as negociações de Genebra - que devem acontecer na primeira quinzena de junho - porque a composição das delegações sírias ainda não foi decidida.
"Agora é importante saber quem participará no lado sírio, de outro modo não acontecerá nada. Também é indispensável chegar a um acordo sobre os países que participarão", completou.
As novas discussões devem incluir os rebeldes e membros do regime, algo complicado, já que parte da oposição se nega a reconhecer o presidente Bashar al-Assad como integrante das negociações.
Moscou também pede a inclusão de seu sócio comercial Irã e da Arábia Saudita, aliada americana, como contrapeso, já que considera esses dois países atores-chave que não ficaram de fora da conferência de junho de 2012 em Genebra. A França já rejeitou a presença do Irã nessa futura conferência internacional sobre a Síria.
"No que nos diz respeito, de qualquer modo, não queremos que o Irã participe da conferência organizada por Moscou e Washington", afirmou nesta sexta o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot.
Depois de se reunir com Lavrov, Ban Ki-moon teve um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. "Hoje, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, defendemos o papel central da ONU nos assuntos internacionais", declarou Putin, citado por agências de notícias russas.
Ban Ki-Moon também lembrou que os especialistas da ONU "estão dispostos a ir aos lugares" onde armas químicas teriam sido usadas, e pediu mais uma vez a Damasco que lhes permita investigar.
As reuniões de Ki-moon em Sochi acontecem em meio a uma intensa atividade diplomática na tentativa de pôr fim a um conflito que já deixou mais de 94 mil mortos na Síria em pouco mais de dois anos, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Mais de 1,5 milhão de sírios procuram refúgio nos países vizinhos, especialmente na Jordânia e na Turquia, declarou nesta sexta o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), com sede em Genebra.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, voltaram a exigir a saída do Al-Assad.
As negociações de Genebra foram definidas durante uma visita em 7 de maio do secretário de Estado americano, John Kerry, a Moscou. O acordo é considerado um esforço conjunto para alcançar a paz por parte dos antigos rivais após mais de dois anos de guerra na Síria.
Obama admitiu, contudo, que continua havendo certa desconfiança entre Moscou e Washington e que a comunidade internacional continua preocupada com a entrega de armas da Rússia para a Síria.
Serguei Lavrov disse que "não entende" a revolta provocada pela venda de armas russas ao regime de Damasco, do qual Moscou é um dos últimos apoios.
"Não escondemos que entregamos armas à Síria por contratos assinados, sem violar os acordos internacionais", disse.
"Fornecemos, antes de mais nada, armas de defesa vinculadas ao sistema de defesa aéreo. Isso não altera de nenhuma forma as forças presentes nesta região", afirmou Lavrov.
A Rússia confirmou no fim da semana passada, poucos dias depois dos ataques israelenses na Síria, que estava "concluindo" a entrega ao regime de Damasco dos sistemas terra-ar S-300, equivalentes à bateria antimísseis Patriot americano.
Já a ministra israelense de Justiça e membro do gabinete de segurança, Tzipi Livni, denunciou nesta sexta em Jerusalém a entrega de armas russas ao regime de Damasco, afirmando que "não contribuem para a estabilidade da região".
Após um encontro em Sochi (sul da Rússia), Ki-moon também pediu que o regime de Damasco permita que os especialistas da ONU investiguem o país para verificar as acusações sobre o uso de armas químicas na guerra entre o o governo e os rebeldes. "A organização de uma conferência deve acontecer o mais rápido possível porque as expectativas são altas", declarou Ban Ki-moon em uma entrevista coletiva.
O chanceler russo advertiu que é muito cedo para fixar uma data para as negociações de Genebra - que devem acontecer na primeira quinzena de junho - porque a composição das delegações sírias ainda não foi decidida.
"Agora é importante saber quem participará no lado sírio, de outro modo não acontecerá nada. Também é indispensável chegar a um acordo sobre os países que participarão", completou.
As novas discussões devem incluir os rebeldes e membros do regime, algo complicado, já que parte da oposição se nega a reconhecer o presidente Bashar al-Assad como integrante das negociações.
Moscou também pede a inclusão de seu sócio comercial Irã e da Arábia Saudita, aliada americana, como contrapeso, já que considera esses dois países atores-chave que não ficaram de fora da conferência de junho de 2012 em Genebra. A França já rejeitou a presença do Irã nessa futura conferência internacional sobre a Síria.
"No que nos diz respeito, de qualquer modo, não queremos que o Irã participe da conferência organizada por Moscou e Washington", afirmou nesta sexta o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot.
Depois de se reunir com Lavrov, Ban Ki-moon teve um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. "Hoje, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, defendemos o papel central da ONU nos assuntos internacionais", declarou Putin, citado por agências de notícias russas.
Ban Ki-Moon também lembrou que os especialistas da ONU "estão dispostos a ir aos lugares" onde armas químicas teriam sido usadas, e pediu mais uma vez a Damasco que lhes permita investigar.
As reuniões de Ki-moon em Sochi acontecem em meio a uma intensa atividade diplomática na tentativa de pôr fim a um conflito que já deixou mais de 94 mil mortos na Síria em pouco mais de dois anos, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Mais de 1,5 milhão de sírios procuram refúgio nos países vizinhos, especialmente na Jordânia e na Turquia, declarou nesta sexta o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), com sede em Genebra.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, voltaram a exigir a saída do Al-Assad.
As negociações de Genebra foram definidas durante uma visita em 7 de maio do secretário de Estado americano, John Kerry, a Moscou. O acordo é considerado um esforço conjunto para alcançar a paz por parte dos antigos rivais após mais de dois anos de guerra na Síria.
Obama admitiu, contudo, que continua havendo certa desconfiança entre Moscou e Washington e que a comunidade internacional continua preocupada com a entrega de armas da Rússia para a Síria.
Serguei Lavrov disse que "não entende" a revolta provocada pela venda de armas russas ao regime de Damasco, do qual Moscou é um dos últimos apoios.
"Não escondemos que entregamos armas à Síria por contratos assinados, sem violar os acordos internacionais", disse.
"Fornecemos, antes de mais nada, armas de defesa vinculadas ao sistema de defesa aéreo. Isso não altera de nenhuma forma as forças presentes nesta região", afirmou Lavrov.
A Rússia confirmou no fim da semana passada, poucos dias depois dos ataques israelenses na Síria, que estava "concluindo" a entrega ao regime de Damasco dos sistemas terra-ar S-300, equivalentes à bateria antimísseis Patriot americano.
Já a ministra israelense de Justiça e membro do gabinete de segurança, Tzipi Livni, denunciou nesta sexta em Jerusalém a entrega de armas russas ao regime de Damasco, afirmando que "não contribuem para a estabilidade da região".