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EUA perdem rastro de ex-terroristas do programa de testemunhas

O governo acredita que eles tenham deixado os EUA

Washington - Um programa de proteção a testemunhas do governo americano perdeu a pista de dois ex-informantes ligados a grupos terroristas, revelou um informe nesta quinta-feira. O governo acredita que eles tenham deixado os EUA.

Um resumo dos resultados publicados pelo Escritório do Inspetor-Geral (OIG, na sigla em inglês) apontou uma série de "deficiências" e "vulnerabilidades da segurança nacional" derivadas da gestão do programa de proteção de testemunhas conhecido como WITSEC.

O programa foi utilizado para proteger várias testemunhas de "alto perfil", em particular do ataque de 1993 contra o World Trade Center (WTC), do atentado a bomba de Oklahoma em 1995 e dos dois ataques às embaixadas americanas no leste da África, em 1998. O relatório do OIG revelou que o US Marshals Service (USMS) não conseguiu localizar duas pessoas ligadas a grupos terroristas e inscritas no programa.



"Em julho de 2012, o USMS declarou que não tinha conseguido localizar dois ex-participantes do WITSEC identificados como terroristas conhecidos, ou suspeitos", afirma o relatório. O texto acrescenta que os investigadores "concluíram que uma pessoa estava e o outro indivíduo estaria morando fora dos Estados Unidos".

O OIG destacou ainda que o Departamento de Justiça também havia falhado em transmitir informações sobre as novas identidades de cobertura das pessoas no programa, o que lhes permitiria conseguir voar livremente pelos Estados Unidos apesar de seus antecedentes. "As novas identidades proporcionadas pelo governo aos terroristas conhecidos, ou suspeitos, não foram incluídas na lista terrorista consolidada do governo até que o assunto foi levado à atenção do Departamento", completou o texto.

Funcionários do Departamento negaram à imprensa que as pessoas mencionadas estivessem "perdidas", insistindo em que não eram "nem foragidos, nem colaboradores ausentes". "Saíram dos Estados Unidos há muitos anos", disse um funcionário. "É um programa voluntário. Podem deixar o programa a qualquer momento", explicou.