La Paz - O clima de convulsão social prevalecia nesta quarta-feira no 10o dia de greves, com bloqueios de estradas e ruas e manifestações de trabalhadores armados com dinamite que ameaçaram o Palácio presidencial, em meio aos apelos por diálogo feitos pela ONU e pela Igreja Católica.
Usando dinamite, os manifestantes tentaram sem sucesso furar o controle policial da simbólica Praça de Armas do centro de La Paz, onde ficam a Palácio presidencial e o Congresso. Ambos estavam fortemente protegidos e fechados para o tráfego.
Enquanto isso, as mulheres dos policiais de baixo escalão anunciaram que vão entrar em greve de fome. Entre as reivindicações, está a aposentadoria no valor integral. Segundo elas, seus maridos estão à beira de um motim, o que foi negado pelo comandante da Polícia, coronel Alberto Aracena.
Pouco antes, o governo boliviano denunciou um interesse conspiratório na greve da Central Operária Boliviana (COB), maior organização sindical do país. As acusações foram rejeitadas pela entidade.
Os protestos se espalharam por outras cidades, como Cochabamba (centro), Santa Cruz (leste), Pando (norte), Potosí (sudoeste) e Chuquisaca (sudeste).
Em meio ao caos, a representação local do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU e a Igreja católica pediram ao governo e à COB que não abandonem as negociações. Depois de uma reunião iniciada na noite de terça e que se estendeu à madrugada de quarta, o diálogo entrou em recesso para avaliação técnica das propostas dos sindicatos.