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Assembleia geral da ONU condena governo sírio por 'escalada' na guerra

Organização também apoiou o papel da coalizão opositora nas negociações para a transição

Nova York - A Assembleia geral das Nações Unidas condenou nesta quarta-feira (15/5) o governo sírio pela "escalada" na guerra que assola o país e apoiou o papel da coalizão opositora nas negociações para a transição.

A Rússia se opôs à resolução, alegando que poderia ser um potencial obstáculo às negociações. Apenas 107 dos 193 membros da Assembleia apoiaram a resolução, contra 133 que fizeram o mesmo quando a Síria estava no centro dos debates do organismo multilateral, no ano passado.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e França se juntaram aos países árabes no apoio à resolução, apresentada pelo Qatar e por outras nações árabes, que manifestaram a sua "indignação diante do rápido aumento do total de mortos".



Segundo organizações de ativistas sírios, o número de vítimas do conflito é estimado agora em mais de 80.000. Rússia, China, Síria, Irã e Coreia do Norte estão entre os 12 países que se opuseram à resolução e 59 se abstiveram, entre eles Brasil, África do Sul e Índia. A Assembleia "condenou energicamente a contínua escalada no uso de armas pesadas por parte das autoridades sírias", incluindo "mísseis balísticos" contra civis, ressalta a resolução.

Em relação aos esforços políticos para pôr fim à guerra, a Assembleia solicitou às partes que trabalhem pela "rápida implementação" de um comunicado elaborado pelas principais potências em Genebra no ano passado, que detalhava as etapas para um governo de transição.

A resolução considera a Coalizão Nacional Síria (opositora) "um representante efetivo de que os interlocutores necessitam para uma transição". A Rússia, que antes da votação tinha enviado um comunicado aos 193 membros da ONU classificando a resolução de "parcial", afirmou que esta "seria um sério obstáculo para as tentativas de levar as partes sírias à mesa de negociações".

No entanto, os países ocidentais apoiaram decididamente a resolução. "As consequências desta crise aumentam, afetando não apenas a Síria, mas toda a região", disse a embaixadora assistente americana Rosemary DiCarlo, acrescentando que o apoio à resolução está em consonância com os esforços pela organização de uma conferência de paz.