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Administração de Obama enfreta uma série de casos complicados

Conturbados episódios agravam um momento já ruim para o governo norte-americano, que se arrasta desde o atentado contra o consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro

WASHINGTON - Funcionários da Receita Federal que perseguem grupos conservadores, aparentes incoerências sobre o ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, e grampos telefônicos de jornalistas: a administração de Barack Obama enfrenta uma série de casos complicados usados como munição política pelos adversários republicanos.

Cinco meses depois de iniciar seu segundo mandato de quatro anos, o presidente dos Estados Unidos teve de dedicar grande parte da coletiva de imprensa de segunda-feira junto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a responder às acusações de abuso de poder feitas pelo Congresso.



Obama: pobre balanço de 2013

Na segunda, um novo escândalo foi adicionado às preocupações de Obama, com a denúncia da agência de notícias Associated Press (AP) sobre o grampo em seus registros telefônicos.

A agência denunciou "uma intromissão maciça e sem precedentes", enquanto o Departamento de Justiça se limitou a falar da necessidade de preservar "a integridade da investigação", cujos motivos continuam incertos. A Casa Branca garantiu que não tem "nenhum conhecimento" da investigação.

O vazamento de informações que levou à intercepção de registros telefônicos de jornalistas da AP é um assunto "muito grave" que "põe os americanos em risco", declarou o procurador-geral Eric Holder.

"Isso não é um exagero. Põe o povo americano em perigo. E tentar determinar quem é responsável por isso, acho, requer uma ação muito agressiva", justificou.

A administração está "sob fogo cruzado", constatava nesta terça o jornal "USA Today", referindo-se ao delicado momento do governo Obama.

Desde o início de 2013, o balanço legislativo se mantém fraco, com a derrota na reforma da legislação de controle de armas de fogo; a austeridade econômica forçada diante da falta de acordo com o Congresso; e, em política externa, a dificuldade de convencer a Rússia a retirar seu apoio ao regime sírio.

Em um contexto já sensível, Moscou anunciou nesta terça a descoberta de um agente da CIA e denunciou uma "provocação" digna dos tempos da "Guerra Fria".