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Sharif inicia consultas para formar governo no Paquistão

Ex-primeiro-ministro comemora vitória de seu partido nas eleições realizadas neste sábado



As eleições foram consideradas históricas, já que permitirão a um governo civil entregar o poder a outro depois de um mandato de cinco anos, algo inédito no país, criado em 1947 e com uma história marcada por golpes de Estado.

Mais de 86 milhões de pessoas estavam habilitadas a votar para escolher 342 deputados e representantes em quatro assembleias provinciais. Segundo projeções dos canais de televisão, a Liga Muçulmana (PML-N), de Sharif, obteve uma ampla vantagem sobre o PTI (Movimento pela Justiça), de Imran Khan, e o PPP da família Bhutto.

Após a apuração de mais da metade dos votos, os canais de TV paquistaneses indicaram que o partido de Sharif obteria mais de 115 cadeiras em 272. Cerca de 30 iriam para o PTI, e outras para o PPP.

A PML-N não conseguiu, portanto, a maioria absoluta, e deverá negociar com os outros partidos para formar uma coalizão.

"Temos que agradecer a Deus por ter dado à PML-N outra oportunidade de servir ao Paquistão", disse Sharif. "Convido todos os partidos a se sentar comigo em uma mesa para resolver os problemas do país", declarou.

A ascensão de Sharif pela terceira vez ao cargo de primeiro-ministro representará um recorde no Paquistão, depois de ter ocupado o cargo entre 1990 e 1993, até ser derrubado por corrupção, e entre 1997 e 1999, quando foi destituído pelo golpe de Estado de Musharraf.

Mais de 130 pessoas morreram durante a campanha eleitoral, considerada pelos observadores a mais sangrenta da história do país, em episódios violentos, reivindicados, em grande parte, pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), contrário ao processo democrático, que considera "não islâmico".

Sharif e Imran Khan defenderam a ideia de diálogo com os talibãs para tentar pôr fim à violência, e criticaram os disparos de drones norte-americanos contra os islamitas no noroeste do país, mas nenhum dos dois informou como faria para obter a paz sem desagradar a Washington, principal sócio do país.

O chefe policial da província do Baluchistão, que sofre com a violência, salvou-se hoje de um ataque suicida que deixou seis mortos e 46 feridos, segundo autoridades.