Muitos cadáveres já não passam de esqueletos. Mais de 3.000 trabalhadores, às vezes com salários inferiores a 30 euros por mês, confeccionavam roupas para marcas como a britânica Primark (Associated British Foods) e a espanhola Mango quando o edifício desabou.
Alguns corpos puderam ser identificados graças a telefones celulares encontrados em algum bolso ou a algum documento ou bolsa.
Uma investigação preliminar concluiu que o desabamento do edifício, que já não estava em boas condições, teria sido provocado principalmente por vibrações de dois grandes geradores colocados em funcionamento durante uma queda de energia.
A polícia deteve doze pessoas, incluindo o proprietário do edifício e quatro donos de ateliês, por terem obrigado seus funcionários a voltar ao trabalho, apesar das rachaduras observadas na véspera nas paredes.
Bangladesh é o segundo produtor de roupas do mundo graças aos baixos salários e à abundante mão-de-obra. Este setor chave da economia, que gera 29 bilhões de dólares por ano, representou no ano passado 80% das exportações do país.
Mas há anos as ONGs denunciam as críticas condições de trabalho e as normas de segurança nesta indústria.