Knight contou à polícia que ficou grávida "pelo menos cinco vezes" durante os quase 12 anos de cativeiro, indicou a emissora CBS, citando o relatório policial. "Ariel a forçava a abortar", indica o registro policial. "Ele a deixava sem comida por pelo menos duas semanas e depois batia repetidamente em sua barriga até que ela perdesse a criança", continua. Castro trouxe uma piscina de plástico infantil e forçou Berry a dar à luz ali dentro a fim de evitar a inevitável sujeira, contou a mulher à polícia. Ele também forçou Knight a ajudar e disse a ela que "se o bebê morresse, ele a mataria".
Em um momento daquele assustador 25 de dezembro de 2006, a recém-nascida parou de respirar e Knight reanimou o bebê com uma respiração boca a boca. Berry contou à polícia que Castro algumas vezes deixava a casa com a filha, mas se certificou de que a menina não soubesse os nomes reais de Knight ou DeJesus para não levantar suspeitas. As mulheres contaram que foram mantidas acorrentadas no porão durante os primeiros anos de cativeiro, mas que depois ele permitiu que vivessem sem correntes no andar de cima, atrás de portas trancadas.
Elas só tiveram permissão para deixar a casa em duas breves ocasiões, quando Castro as levou para a garagem usando perucas como disfarce. Mas a polícia ainda não sabe como ninguém que visitou a modesta casa no número 2207 da Avenida Seymour, inclusive sua família, percebeu que algo estava errado, nem como ninguém que visitou ou morou perto daquela casa comum, mas em mau estado de conservação, parecia ter qualquer ideia de que três mulheres e uma criança estavam presas lá dentro.
"Ariel mantinha todos à distância", contou a jornalistas esta quarta-feira o subchefe de polícia, Ed Tomba. "Não sabemos ainda sobre o controle que ele deve ter exercido sobre estas meninas. Acho que levaremos muito tempo para descobrir", afirmou. Segundo a imprensa, um bilhete datado de 2004 foi achado na casa e nele Ariel se definia como um "predador sexual".
O repórter investigativo de uma TV local, Scott Taylor, informou em seu Twitter que o bilhete estava entre dezenas de evidências que a polícia recolheu na residência de dois andares que serviu de cativeiro. "Sou um predador sexual. Preciso de ajuda", dizia o bilhete, segundo Taylor. Em uma aparente referência às reféns, a nota prossegue: "Elas estavam aqui contra a vontade delas porque cometeram o erro de entrar num carro com um total estranho".
"Eu não sei por que continuo procurando por outra. Eu já tenho duas em minha posse", acrescenta o bilhete. Taylor disse que Castro também teria escrito sobre querer cometer suicídio e deixar todo o dinheiro poupado para suas vítimas.