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Principal suspeito de raptos nos EUA era um homem de duas caras

Ariel Castro vem de uma família que emigrou da ilha caribenha após a Segunda Guerra Mundial



A reputação de Ariel Castro no bairro onde morava era boa. "Moro aqui há um ano. Fiz churrasco com esse homem. Comemos costelas ouvindo salsa ao fundo", contou a uma emissora de TV local Charles Ramsey, o vizinho que ajudou Amanda Berry a fugir.

Ramsey também lembra de ter visto Castro em seu jardim brincando com os cães ou consertando carros e motos. Mas Julio Castro disse que seu sobrinho se isolou da família depois da morte do pai em 2004, no ano em que DeJesus desapareceu, um ano após o rapto de Berry e dois anos depois de Knight ter sido vista pela última vez. "Talvez fosse o tipo de pessoa que tinha duas vidas", contou Julio Castro à emissora CNN.

Em 2005, a ex-mulher de Castro, Grimilda Figueroa, falecida no ano passado, tinha alegado perante uma corte familiar que Castro frequentemente sequestrava as duas filhas do casal, Emily e Arlene e as mantinha distantes da mãe.

Figueroa tinha denunciado sofrer violências que a deixou em diversas ocasiões com o nariz ou uma costela quebrada, o ombro deslocado e um coágulo de sangue no cérebro, e pediu ao juiz que instasse Castro "a cessar suas ameaças de morte".

O filho do casal, Anthony Castro, um bancário de 31 anos residente em Cincinnati, afirmou ao jornal britânico Daily Mail que sua mãe abandonou a casa com os três filhos em 1996 após anos de abusos. "Eu também fui espancado", disse.

O suspeito Ariel Castro dirigiu ônibus escolares por 22 anos, com anotações de infrações de trânsito e incidentes, como em 2004 quando deixou sozinho um menino com necessidades especiais enquanto foi comprar um hambúrguer, até ser demitido em novembro de 20212.

Segundo o jornal Plain Dealer, Castro era um baixista amador e tocou baixo por 15 anos em uma banda de música latina, o Grupo Kanon.

"Ele fazia o trabalho, mas ficou cada vez menos confiável nos últimos anos", afirmou o líder da banda, Ivan Ruiz, que também o demitiu no ano passado. "Era como se não pudesse deixar sua casa", afirmou.

Uma prima dos três irmãos, Maria Castro Montes, pediu, por sua vez, que sua família não seja julgada pelas ações de Ariel.

"Em nome da família Castro, queria dizer que todos realmente sentimos pena delas, por tudo que sofreram, e se isso foi obra de um membro de nossa família, ele deva pagar por isso". "Ele também enganou nossa família. Obviamente alguém que é capaz destas coisas tem uma conduta sociopata, que obviamente ocultou bem durante muitos anos", concluiu.