Berry correu até uma casa vizinha para ligar à polícia, implorando que viessem o mais rápido possível, "antes que ele volte". "Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante 10 anos. Estou livre, estou aqui agora", disse a jovem ao número de emergência 911. Berry revelou que ela e outras duas jovens eram mantidas em cativeiro por Ariel Castro. Quando a polícia chegou, ela contou sobre as outras duas mulheres na casa: Gina De Jesus e Michelle Knight
Berry desapareceu em abril de 2003, quando tinha 16 anos, após sair do trabalho, informou o FBI. A mãe da jovem, Louwanna Miller, morreu de ataque cardíaco em março de 2006, segundo a imprensa. Gina De Jesus tinha apenas 14 anos em 2004 quando desapareceu após deixar a escola. Michelle Knight desapareceu aos 21 anos, no dia 23 de agosto de 2002, depois de visitar uma prima, segundo o jornal Cleveland Plain Dealer.
Ramsay, que resgatou Berry, disse aos jornalistas que havia compartilhado refeições com o sequestrador e escutado salsa com ele, sem suspeitar de nada. Outra vizinha, Charliez Czorb, se disse surpresa com o tempo que as três jovens passaram no cativeiro sem que ninguém percebesse. "Estavam no nosso quintal. Estas meninas estavam presas em nosso quintal", disse.
Ariel Castro foi descrito pelos vizinhos como um amigável motorista de ônibus e músico. Também afirmaram que geralmente deixavam as filhas brincar com seus netos. Jannette Gomez, de 50 anos, que visitava parentes e amigos na rua, disse que Castro estacionava sua motocicleta e seu caminhão na parte de trás da casa, trancava a grade de entrada com chave e entrava na residência pela porta dos fundos. Algumas vezes acendia uma luz fraca na entrada, mas a casa estava sempre às escuras.
Tasheena Mitchell, de 26 anos, disse que não conseguiu acreditar quando o irmão ligou para avisar que haviam encontrado sua prima Amanda. Ela correu para o hospital. "Ela era minha melhor amiga", disse Mitchell ao jornal Plain Dealer. Gerald Maloney, um médico que atendeu as três mulheres, afirmou que elas estavam bem, mas continuariam a ser examinadas.
"Este não é o final que normalmente escutamos neste tipo de história e estamos muito felizes por elas", disse o médico aos jornalistas. O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, ficou "agradecido pelo fato de estas três jovens estarem com vida". "Temos muitas perguntas sem resposta sobre este caso e a investigação continua", advertiu em seguida.