Uma deputada do Lar Judeu, Ayalet Shaked, disse que o ministério preparou milhares de autorizações de assentamentos na área de Judeia e Samaria, na Cisjordânia. "Mas para que as autorizações virem construções é indispensável a assinatura do primeiro-ministro, e por razões não explicadas ainda não assinou", disse a deputada. Hagit Ofran, do movimento Paz Agora, uma ONG israelense contrária à colonização, confirmou à AFP que o governo não publicou nenhuma licitação para as colônias da Cisjordânia e Jerusalém Leste desde o início do ano.
[SAIBAMAIS]"Antes as licitações eram publicadas em média a cada três semanas", disse Ofran. "Não se trata de um congelamento da colonização, já que as obras em curso seguem adiante, mas podemos falar de uma atitude reservada da parte de Benjamin Netanyahu, que não deseja que os americanos o acusem de um eventual fracasso de suas tentativas de reativar as negociações com os palestinos", completou Ofran.
Segundo o jornal Haaretz, Kerry pediu às duas partes que concedam dois meses para que ele tente aproximar as posições. Em troca, o governo palestino teria concordado em suspender durante este prazo as gestões para aderir a organismos internacionais, incluindo as instâncias judiciais suscetíveis de acusar Israel, como autoriza o estatuto de Estado observador da ONU que a Palestina obteve em novembro.
Publicamente, até o momento, Netanyahu rejeitou a ideia de congelar a colonização. A rádio militar destacou que as licitações em espera envolvem os grandes blocos de assentamentos onde vivem a maioria dos 360.000 colonos na Cisjordânia ocupada.