Como no domingo (5/5), quando cerca de mil pessoas se manifestaram em Moscou, os manifestantes exigiram a libertação das pessoas detidas após os protestos organizados em 6 de maio de 2012. Na ocasião, trinta policiais e dezenas de manifestantes ficaram feridos em confrontos. Os opositores acusaram as forças de ordem de terem provocado o conflito como forma de justificar a repressão contra opositores.
"Acredito que algo decisivo acontecerá hoje, desejo mudanças reais", declarou uma participante, Tatiana Pereverzova. "Chegou a hora de mudar de dirigentes", exigiam os manifestantes. Em São Petersburgo, a oposição reuniu mais de 1,5 mil pessoas, segundo os organizadores, e 750, de acordo com a polícia.
Depois da manifestação de 6 de maio em Moscou, cerca de trinta pessoas foram acusadas de organizar ou participar de "distúrbios em massa" contra a ordem pública - crime que pode ser punido com dez anos de campo de trabalho -, entre os quais o líder da Frente de Esquerda, Sergue; Oudaltsov, que não é autorizado a deixar sua casa, telefonar ou se conectar à internet.
O escritor Boris Akunin, partidário da oposição, disse que esta mobilização era a "última chance" para os russos mostrarem ao Kremlin que não concordam com as políticas do regime de Putin. A oposição russa e ONGs lamentam o endurecimento da repressão aos opositores após o retorno ao Kremlin de Vladimir Putin, em 7 de maio de 2012. Durante o inverno de 2011/2012 as ações de protesto tinham chegado a reunir 100.000 pessoas.
O movimento de contestação ao regime de Putin, presidente de 2000 a 2008 e primeiro-ministro de 2008 a 2012, começou após as fraudes denunciadas pela oposição durantes as eleições legislativas vencidas pelo partido no poder no final de 2011.