NOVA YORK - Cerca de 200 escritores reconhecidos pediram nesta sexta-feira (3/5) à China que respeite a liberdade de expressão e liberte os autores presos no país, descrevendo a censura estrita que o regime comunista exerce como uma mancha em uma cultura vibrante.
Em uma carta publicada no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, os escritores comemoraram o reconhecimento crescente de artistas chineses, com destaque para o Prêmio Nobel de Literatura 2012, Mo Yan.
"Não podemos, no entanto, escutar as emergentes e grandiosas vozes criativas sem escutar o silêncio daqueles cujas vozes estão restritas pela força", escreveram.
"Não podemos apreciar os feitos dos criadores chineses em todas as disciplinas, sem pensar no trabalho que não podemos desfrutar pela censura à arte, à imprensa e à internet - ou em outros tantos trabalhos que possam ser imaginados ou criados por estas restrições", acrescentaram.
Os escritores pediram à China para libertar mais de 40 escritores e jornalistas que estão na prisão, inclusive Liu Xiaobo, autor de um enérgico pedido de reforma democrática que ganhou o Nobel da Paz em 2010.
Entre os 195 signatários estão os ganhadores do Nobel J.M. Coetzee, Nadine Gordimer, Wole Soyinka, Tomas Transtromer e Mario Vargas Llosa. A carta foi publicada pelo Pen International, grupo literário que promove a liberdade de expressão.
Em um relatório adjunto, a Pen International pediu à China para por um fim à censura na internet, suspender as proibições para viajar e as restrições aos escritores com diferentes visões e assegurar os direitos linguísticos das minorias étnicas.