Cartum - Mais de 80 pessoas morreram em confrontos tribais em Darfur, no oeste do Sudão, informaram nesta sexta-feira chefes tribais, revisando para baixo um primeiro registro que indicava mais de 130 mortos.
"Os combates são travados desde ontem (quinta) à noite e sofremos 37 baixas em nossas fileiras", afirmou um chefe da tribo árabe dos Beni Halba, que pediu para não ser identificado. Ele afirmou também que 100 membros da tribo rival dos Gimir tinham morrido.
No entanto, um chefe desta tribo afirmou que 44 de seus homens perderam a vida. Segundo o chefe dos Beni Halba, os combates são travados em Ed al-Fursan, cerca de 100 km a sudoeste da capital de Darfur Sul, Nyala, e foram provocados por um conflito territorial. "São nossas terras e esta gente vive nelas", assegurou.
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) confirmou "novos combates entre as tribos dos Gimir e dos Beni Halba que disputam a propriedade de terras", em Darfur Sul, citando a Comissão de Ajuda Humanitária do governo sudanês. Cerca de 2.000 membros das tribos dos Gimir e dos Assignor estão deslocados, indicou a OCHA, citando números do governo.
Em abril, a ONU estimou em 50.000 o número de habitantes do sudoeste de Darfur que tinham fugido para a fronteira chadiana devido a combates entre tribos. Estes confrontos estão relacionados à luta por recursos como o ouro ou a água em Darfur, onde as tribos negras se revoltaram em 2003 contra o poder central de Cartum, dominado pelos árabes.