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Obama discutirá no México questões econômicas e do narcotráfico

Esta é a quarta viagem do presidente dos Estados Unidos ao México, mas a primeira desde a posse em 1º de dezembro do presidente mexicano Enrique Peña Nieto



Frente ao crescimento do poderio dos cartéis, Calderon recebeu uma ajuda americana através da Iniciativa Merida, um plano adotado em 2007 por George W. Bush no valor de 1,9 bilhão de dólares. Paralelamente, uma grande liberdade foi concedida às agências de segurança e de inteligência americanas para agir diretamente no país.

"Diferentemente do governo precedente, onde várias agências colaboravam em matéria de segurança, agora temos um grande guarda-chuva, o do ministério do Interior, para melhor a coordenação" entre as autoridades dos dois países, ressaltou Alcocer.

[SAIBAMAIS]As autoridades americanas estão curiosas, se não inquietas, com as mudanças na estratégia de segurança implementadas pelo novo governo mexicano, que ainda não revelou os detalhes. O presidente Obama indicou na terça-feira que "não irá julgar como isso modificará a relação" entre os dois países "até sermos informados sobre o que eles querem realizar exatamente".

O governo do México já declarou seu objetivo estratégico: frear a violência ligada ao crime organizado, que causou mais de 70.000 mortes nos últimos seis anos. "O governo do presidente Peña quer, sobretudo, reduzir a violência por meio de um plano de prevenção", ressaltou Alcocer.

Mas, por enquanto, o México não questionou a movimentação em massa de dispositivos militares, decidido em 2006 por Calderon, e os números da violência não sofreram uma queda significativa durante os primeiros meses da nova presidência.

Os analistas interpretam a detenção e apresentação na terça-feira de Ines Coronel Barreras, padrasto de Joaquin "El Chapo" Guzman, o "chefão" mais procurado no México e nos Estados Unidos, como uma prova da vontade do México de prosseguir com a luta contra os grupos criminosos.

Enquanto o presidente Obama se prepara para defender uma reforma da imigração, vista com bons olhos pelo México que compartilha mais de 3.000 km de fronteira com o seu vizinho do norte, os dois presidentes também devem discutir medidas para "facilitar um fluxo de pessoas, de forma legal, organizada e eficaz" indicou Alcocer.