Caracas - Deputados chavistas e opositores trocaram socos na terça-feira (30/4) durante uma sessão parlamentar, após os governistas aprovarem uma medida que nega a palavra à oposição por ignorar a eleição do presidente Nicolás Maduro.
Já a deputada chavista Odalis Monzón disse que foi "atacada pela bancada opositora" e agradeceu seus companheiros por "defendê-la", em declaração à TV da Assembleia Nacional.
"Sabíamos que a oposição queria provocar violência e houve uma forte troca de socos. Isto não pode se repetir", declarou Maduro sobre o incidente.
Diosdado Cabello "vai adotar as medidas de autoridade e disciplina para que não se repitam fatos como este", afirmou Maduro, que propôs "buscar a paz".
Momentos antes das agressões, a maioria chavista da Assembleia aprovou uma medida que impede a palavra dos deputados opositores, alegando ;reciprocidade; por ignorarem a vitória de Maduro nas eleições de 14 de abril.
Após a votação, deputados opositores fizeram um apitaço, enquanto as câmeras da TV Assembleia mostravam o teto do plenário, antes de suspender a transmissão. O acesso de jornalistas ao local está proibido.
"Enquanto aqui nesta Assembleia Nacional não forem reconhecidas as autoridades, as instituições da República (...), os senhores da oposição poderão falar na Globovisión, no (jornal) El Nacional, mas aqui não", disse Cabello, antes de suspender a sessão.
A suspensão da palavra aos deputados opositores foi proposta pelo chavista Pedro Carreño, que também denunciou a agressão sofrida de legisladores da oposição.
O líder da oposição, Henrique Capriles, reagiu ao incidente afirmando que o governo quer converter a Venezuela "em um circo de violência e barbárie". "O desastre que este governo é eles querem esconder com violência".
Maduro venceu Capriles na eleição presidencial por uma diferença de apenas 224 mil votos (1,49%).
A oposição não reconhece o resultado das urnas e, nos próximos dias, entrará com um recurso no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
O Conselho Nacional Eleitoral iniciou esta semana uma auditoria dos resultados, acatando pedido da oposição, mas Capriles e seus aliados afirmam que o processo é uma "farsa".