Letta reiterou que seu governo é e será"europeu, mesmo criticando a "falta de legitimidade" sofrida pela Europa "justo quando os países e os cidadãos mais necessitam dela".
Depois da Alemanha, o novo primeiro-ministro italiano vai a Paris para se encontrar com o presidente francês François Hollande e na quinta-feira vai a Bruxelas para falar com os líderes da União Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso.
"Do projeto europeu de 20 anos atrás se fez uma só coisa: a moeda única. E se somente há a moeda única, o resto do mecanismo (europeu) não dá respostas às expectativas dos cidadãos", garantiu Letta.
O primeiro-ministro italiano, de 46 anos, alertou que alguns países correm riscos frente a nações emergentes como China, Índia e Brasil. Além dos problemas econômicos da Itália, que enfrenta uma grave recessão, Letta deve encarar as divisões políticas que marcaram o primeiro governo de unidade nacional.
"Não há alternativas, temos que estar juntos", reconheceu diante dos senadores, a quem revelou o desejo de que os resultados eleitorais tivessem sido claros, com seu partido em maioria nas duas casas do Parlamento nas eleições de fevereiro, o que não ocorreu, paralisando por dois meses a vida política italiana.
Levando em conta o amplo apoio que o Executivo teve no Parlamento, o líder conservador Silvio Berlusconi, cujo apoio ao governo é indispensável, ameaçou com a possibilidade de romper a coalizão caso não haja a extinção e a devolução do imposto sobre a moradia, sua maior promessa eleitoral.
O Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo, terceira força política italiana, votou contra o governo presidido por Letta, assim como o partido Esquerda, Ecologia e Liberdade. A legenda separatista Liga Norte se absteve.