La Paz - O Tribunal Constitucional da Bolívia deu sinal verde para uma nova candidatura do presidente Evo Morales para o período 2015-2020, na eleição de dezembro de 2014, informou o presidente do órgão, Ruddy Flores, nesta segunda-feira (29/4).
"De forma unânime, a plenária (do Tribunal Constitucional) determinou a constitucionalidade" de uma nova candidatura de Morales e de seu vice-presidente (Alvaro García), com base em uma norma constitucional em vigor desde 2009, anunciou Flores. "Não há contradição com a Constituição Política do Estado a respeito da habilitação do presidente e do vice-presidente para sua eleição como segundo mandato, no âmbito da nova Constituição", aprovada em 2009, explicou.
Morales foi eleito em 2005 para o período 2006-2011, mas encurtou seu mandato para se candidatar em 2009 para o intervalo de 2010-2015, graças a uma recém-aprovada Constituição. Nela a República foi deixada de lado, dando lugar a um Estado Plurinacional.
Uma comissão constituinte do Senado consultou o Tribunal Constitucional sobre a aplicação da norma, frente às objeções da oposição a um novo mandato. "A sentença do tribunal é vinculante", advertiu Flores, nesta segunda-feira (29/4).
O líder da Unidade Nacional (de oposição, centro direita), Samuel Doria Medina, manifestou sua decepção com a sentença e insistiu que Morales irá para o terceiro mandato, e não para o segundo, como defendem seus seguidores.
"Evo Morales pode ir para a re-reeleição graças à reforma da Constituição e ao referendo, mas o povo tem medo dele", escreveu Medina, em sua conta na mídia social Twitter.
O debate surgiu em fevereiro passado, coincidindo com uma pesquisa do jornal "Página Siete", que apontou que "54% estão de acordo com a reeleição de Evo Morales".
Já uma pesquisa do jornal "El Deber", divulgada no último domingo, mostrou que "41% dos eleitores votariam em Evo Morales, enquanto que 53% não o fariam, se a eleição fosse hoje".
Na mesma matéria, Medina aparece como "o mais bem posicionado para disputar com Evo, embora concentre apenas 17% das preferências".