<div style="text-align: justify"><span style="font-weight: bold">Bruxelas </span>- Três inseticidas mortais para as abelhas serão proibidos na União Europeia (UE) durante dois anos a partir de julho, anunciou nesta segunda-feira a Comissão Europeia após uma votação que evidenciou as fortes pressões da indústria e dos "lobbies" agrícolas.<br /><br />Quinze países, entre eles a França e a Alemanha, votaram a favor da proposta de proibição apresentada pela Comissão Europeia. Oito países, entre eles Reino Unido, Itália e Hungria, votaram contra e quatro, entre eles a Irlanda, se abstiveram.<br /><br />Concretamente a Comissão Europeia suspenderá durante dois anos a utilização de três neonicotinoides - clotianidina, imidacloprid e tiametoxam -, presentes em pesticidas fabricados em quatro tipos de cultivos: de milho, canola, girassol e algodão.<br /><br />Para apresentar sua proposta, a Comissão Europeia se baseou em um relatório negativo da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). "As abelhas são vitais para o nosso ecossistema e devemos protegê-las, sobretudo porque dão uma contribuição anual de 22 bilhões de euros à agricultura europeia", declarou o comissário europeu encarregado, Tonio Borg.<br /><br />As abelhas desempenham um importante papel na produção de alimentos para as pessoas, pois polinizam mais que dois terços das 100 mais importantes espécies de cultivos e executam gratuitamente um trabalho avaliado em dezenas de bilhões de euros.<br /><br />Segundo agências agrícolas, elas são responsáveis por cerca de 80% da polinização feita por insetos. Sem as abelhas, muitas espécies de plantas e animais desapareceriam e os fazendeiros teriam que fertilizar seus cultivos manualmente.<br /><br />De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço da comida que nós ingerimos depende da polinização das abelhas. Apesar disso, o número das abelhas despencou nos últimos 15 anos devido a um preocupante fenômeno denominado Desordem do Colapso das Colônias (DCC).<br /><br />A misteriosa praga, com frequência caracterizada pela perda rápida de abelhas operárias adultas, tem sido atribuída a causas diversas, como uso de pesticidas agrícolas, perda do habitat selvagem, vírus e fungos, ácaros, ou uma combinação de fatores. A desordem tem matado cerca de 30% das abelhas anualmente desde 2007.<br /><br /><a href="#h2href:{"titulo":"Pagina: capa - mundo","link":"","pagina":"134","id_site":"33","modulo":{"schema":"","id_pk":"","icon":"","id_site":"","id_treeapp":"","titulo":"","id_site_origem":"","id_tree_origem":""},"rss":{"schema":"","id_site":""},"opcoes":{"abrir":"_self","largura":"","altura":"","center":"","scroll":"","origem":""}}">Leia mais notícias em Mundo</a><br /><br />Os grandes produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agroalimentares tentaram bloquear esta decisão. A Copa-Cogeca, união dos grandes sindicatos agrícolas europeus, pediu o adiamento desta proibição para 2014 e insistiu nas grandes perdas financeiras e sociais que acarretará, de 2,8 bilhões de euros em perdas e o perigo de que acabem com 50.000 empregos.<br /><br />As principais empresas que fabricam esses pesticidas, a alemã Bayer e a suíça Syngenta, - principalmente sob a marca Cruiser OSR -, multiplicaram as pressões para bloquear ou pelo menos limitar as consequências desta proibição.<br /><br />Os defensores da medida receberam positivamente a decisão desta segunda-feira. "A proibição de pesticidas suprime uma ameaça para as abelhas e responde a uma campanha apoiada por 2,6 milhões de pessoas", declarou Ian Keith, da organização Avaaz, que desfraldou um painel com uma abelha gigante em frente à sede da Comissão, em Bruxelas.<br /><br />A rede PAN Europe (Pesticide Action Network) pediu à Comissão que vá além e proíba os pesticidas durante dez anos, e não apenas dois.</div>