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Missão da ONU investiga uso de armas químicas na Síria

Segundo fontes diplomáticas, vários governos entregaram à ONU testemunhos de refugiados sírios, além de algumas amostras

Nova York - Especialistas das Nações Unidas encarregados de verificar o possível uso de armas químicas na Síria estão recopilando dados fora do território sírio devido à negativa de Damasco de permitir sua entrada no país, informou nesta sexta-feira um porta-voz da ONU.

Ake Sellstrom, cientista sueco que lidera a missão, viajará na segunda-feira a Nova York para realizar consultas. O especialista esteve em Londres para recopilar dados e a Grã-Bretanha afirmou que existem "provas crescentes" de que as forças de Bashar al Assad utilizam armas químicas contra a rebelião. A missão, que no momento está em Chipre, "reuniu e analisou provas e informações disponíveis fora" da Síria, precisou o porta-voz da ONU Martin Nesirky.



Segundo fontes diplomáticas, vários governos entregaram à ONU testemunhos de refugiados sírios, além de algumas amostras. O secretário-geral, Ban Ki-moon, escreveu na quinta-feira uma carta ao presidente Assad para exigir um acesso "livre e sem obstáculos" ao território sírio, disse Nesirky. "O secretário-geral pede ao governo sírio que dê uma resposta rápida e favorável, de tal maneira que a missão possa trabalhar na Síria".

França e Grã-Bretanha pediram à ONU que investigue as acusações da oposição síria sobre a utilização de armas químicas em Homs (centro), nas imediações de Aleppo (norte) e em Damasco. O governo sírio acusa a oposição de utilizar armas químicas na região de Aleppo em 19 de março passado.

Na quinta-feira, o governo dos Estados Unidos admitiu ser "provável" a utilização de armas químicas por parte de Damasco, mas destacou não ter certeza a este respeito.