Jornal Correio Braziliense

Mundo

Oposição síria pede ação das Nações Unidas por uso de armas químicas

A autoridades dos Estados Unidos não parecem estar perto de lançar uma ação militar na Síria, depois de sua desventura no Iraque, onde os soldados jamais encontraram as supostas armas de destruição em massa



"Se o Conselho de Segurança não pode superar sua paralisia, então é preciso pedir a outras organizações, como a Otan, que intervenham", opinou este opositor. Israel pediu aos Estados Unidos que intervenha militarmente para "se apoderar do controle dos arsenais de armas químicas sírias". Os Estados Unidos consideraram pela primeira vez na quinta-feira (25/4) que o regime sírio provavelmente utilizava armas químicas, embora tenham destacado que suas informações não eram suficientes para ter a certeza de que Damasco ultrapassou a linha vermelha traçada em agosto por Washington.

[SAIBAMAIS]O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, declarou em Abu Dhabi na quinta-feira que "os serviços de inteligência americanos estimam, com diversos graus de confiança, que o regime sírio utilizou armas químicas em uma pequena escala na Síria". Posteriormente, a Casa Branca confirmou que havia comunicado esta avaliação a legisladores do Congresso, mas que os indícios ainda não constituíam, aos seus olhos, uma prova formal.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou nesta sexta-feira que se tratava de uma escalada gravíssima que poderia encorajar a comunidade internacional a fazer mais, embora tenha excluído uma intervenção militar. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "reiterou seu chamado urgente" ao governo sírio para que autorize uma equipe da ONU a investigar estas acusações, indicou na quinta-feira seu porta-voz. Esta fonte informou que "a missão investigadora está preparada para se mobilizar em 24 a 48 horas" assim que receber a autorização de Damasco.

No dia 26 de março, a ONU nomeou o professor Ake Sellestrom, um cientista sueco, para dirigir esta equipe. Damasco e a oposição armada se acusam mutuamente de terem utilizado armas químicas. Novos combates explodiram nesta sexta-feira no nordeste e no sul de Damasco entre os insurgentes, por um lado, e o exército e os milicianos partidários do regime, pelo outro, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG com sede na Grã-Bretanha que se baseia em uma rede de informantes na Síria.