Outra questão sensível é a decisão da companhia Vale de abandonar um projeto de mineração em Mendoza, alegando que o custo do investimento duplicou, saindo de US$ 6 bilhões para US$ 12 bilhões.
[SAIBAMAIS]Além disso, Brasil e Argentina analisarão o Pacto Automotivo Comum (PAC) em vigor, que vence em meados deste ano. "A reunião acontece em um contexto de nível baixo das relações bilaterais e não se deve esperar resultados concretos", disse o economista Dante Sica, diretor da Abeceb.com, a maior consultoria que se ocupa da relação bilateral.
Em um relatório especial enviado à AFP, Sica avalia que "talvez, com o encontro, consiga-se dinamizar as negociações pendentes pelo novo Acordo Automotivo bilateral". "Mas ainda é uma incógnita a vontade das presidentes de avançar nesse ponto, que é crucial para o desenvolvimento da indústria automotiva nos próximos anos", completou o analista.
A Argentina é o terceiro sócio comercial do Brasil, depois de China e Estados Unidos, enquanto os principais parceiros da Argentina são Brasil, China, Chile e Estados Unidos, de acordo com números oficiais do INDEC. A cúpula de Buenos Aires acontece no momento em que o Paraguai, depois de eleger seu novo presidente, o milionário Horacio Cartes do Partido Colorado, habilitou-se para voltar às plenárias do Mercosul.
O Paraguai foi excluído do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) devido à polêmica destituição do então presidente Fernando Lugo pelo Congresso, em junho de 2012. Mercosul e Unasul decidiram que, depois das eleições, com um novo presidente legitimado nas urnas, o Paraguai poderá recuperar seu lugar.
Dilma Rousseff, que chegou a Buenos Aires depois do meio-dia desta quinta, foi recebida por Cristina na esplanada da Casa Rosada. Depois, as duas seguiram para o gabinete presidencial para iniciar a reunião. A visita oficial da presidente brasileira terminará com um jantar de honra, que será oferecido pela anfitriã, no Museu do Bicentenário, situado dentro do complexo da sede do Executivo argentino.