Nova York - O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, sugeriu que o Conselho de Segurança da ONU imponha um embargo de armas com destino a todos os combatentes na Síria, disse nesta quarta-feira (24/4) um funcionário da ONU.
"Reiterou o apelo do secretário-geral (Ban Ki-moon) de deter o fluxo de armas com destino aos dois grupos na Síria e convidou o Conselho a considerar um embargo às armas", disse o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, referindo-se ao discurso de Brahimi no Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio.
Brahimi "destacou a necessidade de alcançar uma solução política fundada no comunicado de Genebra", que estabelece princípios para uma transição política na Síria, e "alertou contra a militarização e radicalização crescente no interior da Síria", acrescentou Feltman.
O Conselho de Segurança continua dividido sobre a crise síria. Rússia e China bloqueiam todas as iniciativas ocidentais para pressionar Damasco desde o início da crise, em março de 2011. Acredita-se que o Irã arme o regime de Assad, enquanto países do Golfo como Arábia Saudita e Qatar são acusados por Damasco de abastecer com armas os opositores. Europeus e americanos resistem a fornecer armas para ajudar os rebeldes nos combates contra o regime.
Até o momento, apenas Londres e Paris apoiam esta medida, sobre a qual deve ser tomada uma decisão antes de 1; de junho, data na qual está prevista a retomada ou a modificação do regime de sanções contra a Síria. Feltman disse que Damasco ainda não autorizou o envio de uma equipe para investigar acusações sobre ataques com armas químicas.
O conflito sírio começou há exatamente dois anos, com uma revolta duramente reprimida pelo regime. Segundo dados da ONU, deixou até o momento 70 mil mortos e provocou o exílio forçado de um milhão de pessoas.