Beirute - O Exército Sírio Livre (ESL), principal componente da rebelião que luta contra o regime de Bashar al-Assad, rejeitou nesta quarta-feira a convocação de jihad (guerra santa) dos xeques salafistas libaneses. "Como comandante militar supremo do ESL, agradecemos, mas rejeitamos qualquer convocação de jihad na Síria e a presença de combatentes estrangeiros, independente de sua procedência", afirmou Luai Moqdad, coordenador político e para os meios de comunicação do ESL. "Afirmamos várias vezes que na Síria faltam armas, não homens", completou.
Milhares de estrangeiros lutam contra o regime de Assad ao lado do ESL. Na terça-feira (23/4), dois xeques salafistas libaneses convocaram a jihad na Síria para defender os habitantes sunitas da região central de Homs, afirmando que era uma reação ao envolvimento do Hezbollah xiita que combate ao lado do exército de Bashar al-Assad, segundo a oposição.
"Anunciamos a criação das ;brigadas da resistência livre; para combater na Síria", disse Ahmad Asir, um xeque radical de Saida (sul do Líbano), ante os aplausos de seus partidários. Asir emitiu uma fatwa (decreto religioso) "que obriga todo muçulmano dentro e fora do Líbano a viajar para a Síria e defender seus habitantes e suas mesquitas, sobretudo em Quseir e Homs".
"É um dever religioso para todos aqueles que podem fazê-lo", destacou. O religioso, conhecido pelas posições hostis ao Hezbollah, afirmou que a convocação da jihad foi lançada depois que "o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e seus shabihas tomaram a decisão de entrar nestas regiões para massacrar os oprimidos". "Shabiha" é o termo utilizado pelos opositores sírios para designar os milicianos favoráveis ao regime de Bashar al-Assad.