Moscou - O pai dos irmãos Tsarnaev, os principais suspeitos do atentado de Boston, insistiu nesta segunda-feira (22/4) na inocência dos filhos e disse que ambos eram bons muçulmanos e desejavam voltar a morar na Rússia para ajudar os pais.
O irmão mais velho, Tamerlan, de 26 anos, morto na quinta-feira (18/4) quando era perseguido pela polícia, "visitou a Rússia em janeiro (2012) e não queria partir". "Ele disse que desejava se mudar para aqui com a família", afirmou Anzor Tsarnaev em uma entrevista ao jornal russo Komsomolskaia Pravda.
De acordo com o pai, Tamerlan não tinha trabalho durante os últimos meses e ficava em casa para cuidar do filho de três anos, enquanto a esposa trabalhava com atendimento a deficientes físicos. "Tamerlan se tornou muito religioso depois do casamento e ia à mesquita todas as sextas-feiras. Mas era um bom muçulmano e não pode ter feito isto do que o acusam", afirmou o pai.
Dzhokar, o mais novo, de 19 anos, ferido e detido na sexta-feira (19/4), após 24 horas de perseguição, estudava em Cambridge e "tinha grandes projetos: ser médico, abrir consultório e morar aqui", afirmou Anzor. "Ele me dizia: ;papai, não se preocupe, eu vou terminar meus estudos, mudar para cá e os ajudarei;. Agora falam de bombas e de atentados. Como é possível?", questiona Tsarnaev.
Anzor considera as acusações contra os filhos de "ordem política, espetáculo de Hollywood", organizada pelos serviços especiais americanos. Também disse que pretende viajar aos Estados Unidos "se Deus quiser" para apoiar Dzhokar.
"Durante os últimos dois anos, Tamerlan era vigiado permanentemente. Homens do FBI iam a sua casa, explicando que era para prevenir atentados", disse Tsarnaev, sem entrar em detalhes. "Eles só queriam criar uma armadilha para Tamerlan. E Dzhokar estava no lugar errado no momento errado", afirmou.
Anzor Tsarnaev, que clama a inocência dos filhos desde o início, afirmou que deseja recuperar o corpo de Tamerlan para sepultá-lo na Rússia, mas explicou que não tem dinheiro.