A Igreja Católica venezuelana se ofereceu como mediadora entre o governo e a oposição, após o Papa Francisco ter pedido, neste domingo, um diálogo para superar a crise política gerada pelas eleições, realizadas há uma semana.
[SAIBAMAIS]"Convido o querido povo venezuelano, em particular seus líderes institucionais e políticos, a rejeitar firmemente qualquer violência e estabelecer um diálogo baseado na verdade, no reconhecimento mútuo, na busca do bem comum e no amor pela nação", disse o Papa após a oração Regina Caeli, na Praça de São Pedro, Vaticano.
O cardeal venezuelano Jorge Urosa agradeceu ao pontífice e ofereceu a sua mediação entre o chavista Nicolás Maduro, que venceu as eleições, e o líder opositor Henrique Capriles, que pediu a recontagem dos votos.
"Agrada-me muitíssimo que o Papa tenha elevado essas orações principalmente pelo nosso país", disse Urosa ao canal de notícias Globovisión. "A conferência episcopal se oferece como uma espécie de elemento de mediação para propiciar este diálogo."
O Papa Francisco afirmou, neste domingo, que acompanha com atenção e "está muito preocupado" com a situação política na Venezuela, provocada pela estreita margem de vitória de Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez, que motivou a oposição a pedir a recontagem dos votos.
"Concordo, Papa Francisco, estou preocupado com a intolerância, o ódio e a violência que gerou mortos e feridos", respondeu Maduro em sua conta no Twitter. Ele tomou posse na última sexta-feira como presidente, em meio a críticas da oposição.
"Vamos invocando o Cristo Redentor e São Francisco de Assis, para que suas bênçãos protejam o povo e assegurem a paz", acrescentou.
O líder opositor Henrique Capriles também respondeu ao comentário do pontífice: "Milhões de agradecimentos ao Papa Francisco por sua menção à nossa Venezuela e à busca de soluções com base na verdade", publicou no Twitter o advogado, de 40 anos.