Maduro, que acusou a oposição de orquestrar um golpe de Estado ao não reconhecer sua vitória, venceu as eleições com 50,8% dos votos contra 49% de Capriles, uma margem tão estreita quanto imprevisível, após uma campanha veloz e agressiva de dez dias.
Um dia após as eleições, quando Maduro foi proclamado presidente eleito, os ânimos se acirraram entre protestos de opositores e confrontos com chavistas, que deixaram oito mortos, cerca de 60 feridos e mais de uma centena de detidos.
Primeiro presidente chavista
Autoproclamado filho e apóstolo do homem forte que governou a Venezuela por 14 anos, Maduro enfrenta o desafio de preencher o vácuo deixado pelo líder, cuja revolução socialista partiu politicamente em dois o país, já dividido entre ricos e pobres.
"Serei o primeiro presidente chavista da história", afirma Maduro, casado com Cilia Flores, um peso pesado do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), criado por Chávez.
Sem o carisma de Chávez e diante de uma oposição fortalecida - em seu melhor momento dos últimos 14 anos - Maduro tem como tarefa urgente organizar a economia, dependente da renda petroleira e das importações, afetada pela inflação, pela escassez e pela falta de divisas, assim como também atacar a criminalidade, que fez da Venezuela o país sul-americano com recorde de homicídios - 54 por cada 100.000 habitantes.
Maduro foi apresentado por Chávez como seu herdeiro político meses antes da morte do líder, em consequência de um câncer, no dia 5 de março. Ele promete manter os programas sociais de seu mentor a favor dos pobres - quase 30% dos 29 milhões de venezuelanos - custeados com as receitas do petróleo deste país com as maiores reservas do mundo.
Mas, além disso, enfrentará o desafio de garantir a lealdade das Forças Armadas, essenciais para a estabilidade do poder, e divididas política e ideologicamente, segundo os analistas.