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Acusado nega risco de próteses mamárias falsificadas em julgamento

Segundo as autoridades de saúde francesas, 25% das próteses PIP retiradas do mercado após a explosão do escândalo eram defeituosas e provocavam reações alérgicas, inflamatórias, mas sem risco adicional demonstrado de câncer

postado em 19/04/2013 08:29
Marselha - O fundador da empresa de próteses mamárias PIP, julgado desde quarta-feira (17/4) em Marselha, Jean-Claude Mas, afirmou nesta sexta-feira (19/4) que não expôs ao risco as milhares de mulheres afetadas.

[SAIBAMAIS]"Não as fizemos correr riscos nos anos 90 e 2000", declarou Mas no tribunal, em um processo iniciado por mais de 5.200 mulheres, em sua maioria francesas, sobre o total de 300 mil mulheres de todo o mundo que utilizaram os implantes mamários PIP fabricados com um gel de silicone impróprio. "O gel PIP não estava homologado, mas era homologável. O gel era tão biocompatível quanto o Nusil" (o gel aprovado), disse.



Segundo as autoridades de saúde francesas, 25% das próteses PIP retiradas do mercado após a explosão do escândalo eram defeituosas e provocavam reações alérgicas, inflamatórias, mas sem risco adicional demonstrado de câncer.
<--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]-->Após o interrogatório dos outros quatro acusados desta sexta-feira, o processo continuará na segunda-feira com os depoimentos das testemunhas de acusação. Depois será a vez das testemunhas de defesa e dos relatórios dos peritos.

Entre a centena de demandantes que seguiam presentes nesta sexta-feira (cerca de 400 delas participaram da audiência de abertura na segunda-feira), era perceptível um certo sentimento de alívio.

Isabelle Traeger declarou-se mais calma. Mas "não esconde nada", disse Traeger, enfermeira de 56 anos, declarando-se convencida de que será condenado mesmo que ainda não reconheça que seu gel é um veneno.

Paralelamente a este processo, outros dois procedimentos judiciais estão em curso na França pelo escândalo PIP. Um por ferimentos e homicídio culposo e outro sobre os fluxos financeiros gerados pela fraude e sobre o patrimônio dos diretores da empresa antes e depois da declaração de quebra.

Para além deste primeiro processo e das cinco acusações, os defensores das vítimas tentam estabelecer outras responsabilidades junto com a empresa de controle alemã TUV, com os fornecedores de silicone da PIP ou com a agência francesa de segurança dos produtos de saúde.

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