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Coreia do Norte apresenta condições para retomar diálogo com o Sul e EUA

Há várias semanas, Coreia do Sul e Estados Unidos realizam manobras militares conjuntas anuais, o que sempre irrita as autoridades norte-coreanas



[SAIBAMAIS]Depois de um terceiro teste nuclear norte-coreano em 12 de fevereiro e do novo anúncio de sanções da ONU contra Pyongyang, a tensão aumentou consideravelmente na Península Coreana. As condições para uma retomada do diálogo são agora o tema dominante, depois de vários dias sob o tempo de um novo lançamento de míssil pelo Norte, perto do 101; aniversário do nascimento do fundador do país, avô do atual dirigente Kim Jon-Un, em 15 de abril.

O exército norte-coreano se limitou a fazer um ultimato e afirmar que se as autoridades sul-coreanas queriam realmente um diálogo e negociações, "deveriam apresentar desculpas por todas as ações hostis contra a Coreia do Norte". Os analistas destacam que o tema do diálogo substituiu aos poucos nos últimos dias as ameaças de ataques nucleares na retórica, às vezes incendiária, de Pyongyang.

"Não acredito que Pyongyang espere que estas condições sejam cumpridas", declarou Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul. "É uma forma de mostrar sua força no início, em uma luta intensa, mas isto destaca que existe um desejo de diálogo", completou.

Daniel Pinkston, especialista em Coreia do Norte do International Crisis Group, considera que Pyongyang não tem intenções de suavizar sua posição. Para o Norte, a única coisa importante é ser reconhecido como uma potência nuclear, um status inaceitável para os Estados Unidos e seus aliados, segundo o analista.

"Então sobre o que estão falando? O Norte se comprometeu. Queimou os últimos cartuchos. Qualquer mudança de posição aconteceria a um custo imenso para o regime a nível interno", disse. "Permanecemos em uma situação que leva a uma colisão. Isto não terminará bem", advertiu.

A nova presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e o secretário americano de Estado, John Kerry, vincularam recentemente a retomada do diálogo "à mudança de comportamento do Norte e ao respeito a suas obrigações internacionais, especialmente envolvendo seu programa nuclear". Park Geun-Hye prometeu durante a campanha eleitoral suavizar a posição do Sul a respeito do Norte, depois de anos de uma política intransigente realizada por seu antecessor. No entanto, pouco depois de tomar posse, Pyongyang executou um teste nuclear.

Na quarta-feira (17/4), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Norte que leva a série a oferta de diálogo do Sul a respeito do futuro do complexo industrial binacional Kaesong. Pyongyang proíbe aos sul-coreanos o acesso a este complexo, situado em seu território, a 10 km da fronteira, desde 3 de abril. Também retirou do local seus 53.000 funcionários.