Os moradores da cidade realizaram vigílias por suas vítimas durante toda a noite de terça, incluindo os três mortos: um menino de oito anos, uma jovem de 29 e uma estudante chinesa. Cerca de 100 das 183 pessoas inicialmente hospitalizadas já receberam alta, mas 17 ainda estão em estado grave, segundo a imprensa americano.
De acordo com a CNN, pelo menos treze pessoas sofreram a amputação de algum membro, como resultado dos ferimentos sofridos nas explosões das duas bombas com intervalos de 13 segundos, a uma distância de cerca de 100 metros perto da linha de chegada da maratona. Dois dias após o ataque, a investigação parece avançar a partir de detalhes revelados sobre as bombas usadas em panelas de pressão, com pregos e estilhaços em seu interior.
O FBI (Federal Bureau of Investigation) encontrou pedaços de uma panela de pressão e fragmentos na cena do crime, assim como uma mochila de cor escura, que teria sido usada para esconder os artefatos explosivos. As fotos divulgadas mostram pedaços de metal retorcido e restos de cabos e componentes eletrônicos que poderiam ter sido usados para explodir as bombas por controle remoto.
[SAIBAMAIS]O material encontrado pelo FBI é analisado em seu laboratório em Quantico (Virginia, leste). Mais de mil agentes de diferentes órgãos de investigação do governo americano têm trabalhado em Boston, de acordo com o chefe local do FBI, Rick Deslauriers. A ausência de uma reivindicação faz com que "o leque de suspeitos e possíveis motivações permaneça em aberto", declarou Deslauriers na terça-feira.
As autoridades trablaham com várias possibilidades e investigam "todos os cantos do mundo" para encontrar os responsáveis pelo massacre. Deslauriers afirmou que dispositivos explosivos tão simples como os usados em Boston são comuns no Iraque e no Afeganistão, mas até o momento o FBI tem uma indicação de um possível envolvimento da Al-Qaeda no duplo ataque.
Na quarta-feira, novas fotos do instante logo após as explosões foram exibidas em canais de televisão. O FBI pediu aos presentes na maratona que enviem todas as imagens disponíveis em busca de detalhes para resolver o caso. Enquanto isso, o país se comovia com a história das vítimas, principalmente a do pequeno Richard Martin, de oito anos. A irmã de Martin perdeu uma perna e sua mãe sofreu uma lesão cerebral grave.
Além do pequeno Martin, morreu Krystle Campbell, uma gerente de restaurante de 29 anos, e uma estudante chinesa da Universidade de Boston, Lu Lingzi, segundo a imprensa americana. A maioria dos 23 mil participantes da maratona já tinha cruzado a linha de chegada quando as bombas explodiram.
O atentado deixou em alerta outras cidades americanas, como Nova York, Los Angeles e São Francisco, onde as medidas de segurança foram reforçadas. De todas as partes do mundo, vozes condenaram o duplo atentado. O papa Francisco enviou uma mensagem ao arcebispo de Boston, Sean O;Malley, lamentando esta "tragédia sem sentido" e pedindo a "paz de Deus a todos os mortos".
Na América Latina, Cuba reiterou que "inequivocamente condena todos os atos de terrorismo", enquanto a presidente Dilma Rousseff condenou o "insano ato de violência" que deixou pelo menos três mortos e mais de 100 feridos na Maratona de Boston.