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Ministros do G8 se reúnem em Londres para debater sobre ataques da Síria

Depois de realizarem encontros com líderes da oposição síria, que pedem armas para contrabalançar o poder de fogo do regime de Bashar al-Assad, representantes do G8 se encontram em um segundo dia de negociações

Damasco - O regime sírio ordena ataques aéreos que matam civis "deliberadamente e de maneira indiscriminada", denunciou a organização Human Rights Watch, que acusou Damasco de "crimes contra a humanidade", em um momento no qual os rebeldes militam ativamente para obter armas das potências ocidentais.


Um dos principais membros da rebelião síria, os Comitês Locais de Coordenação, rejeitaram nesta quinta-feira o apelo do chefe da Al-Qaeda de instaurar um Estado islâmico na Síria, como havia convocado no domingo Al-Zawahiri. No entanto, surgiram detalhes de uma feroz batalha em dois povoados no sul da Síria na quarta-feira que deixaram, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ao menos 57 mortos, entre eles seis crianças.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch denunciou que as padarias e os hospitais figuram entre os alvos civis dos ataques aéreos do exército sírio, aos quais o regime recorre de maneira indiscriminada. "As pessoas que cometem intencionalmente sérias violações das leis de guerra são culpadas de crimes de guerra", acrescentou a organização com sede em Nova York em um relatório intitulado "A morte que vem do céu".

Os ataques aéreos ordenados pelo governo, que matam deliberadamente e de maneira indiscriminada civis, parecem formar parte de uma estratégia de ataques múltiplos e sistemáticos contra a população civil que consideramos crimes contra a humanidade", disse a Human Rights Watch. Com base em uma investigação em zonas controladas pelos rebeldes de três províncias sírias, a HRW registrou bombardeios em padarias, hospitais e outros alvos civis.

O hospital Dar al-Shifa, na cidade de Aleppo, foi atacado em quatro ocasiões, indicou a organização. A HRW afirma que os ataques aéreos mataram mais de 4.300 civis em todo o país desde julho de 2012, quando tiveram início.