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Novo líder da República Centro-Africana promete deixar o poder em 3 anos

Uma ofensiva da rebelião Seleka derrubou no dia 24 de março François Bozizé, que ficou dez anos no poder.

Washington - O novo "homem forte" da República Centro-Africana, Michel Djotodia, afirmou neste sábado (30/3) que entregará o poder em três anos, em um discurso diante de 2.000 a 3.000 partidários dos ex-rebeldes do Seleka, que derrubaram o presidente François Bozizé no dia 24 de março. "Peço a Deus Todo-Poderoso que dê força e inteligência a mim e ao meu primeiro-ministro (...) para governarmos bem a República Centro-Africana nos próximos três anos. Entregaremos o poder a quem vier nos suceder", afirmou Djotodia.

"Agora somos todos iguais", declarou um dos manifestantes. "Até o dia de hoje, nós muçulmanos apenas sofremos", considerou este comerciante, em meio a manifestantes. "A ditadura acabou", considerou Gratien Elmon, um estudante cristão de 18 anos.

Uma ofensiva da rebelião Seleka derrubou no dia 24 de março Bozizé, que ficou dez anos no poder. Pouco depois, o Conselho de Segurança das Nações Unidas "condenou firmemente a tomada de controle à força" do governo da República Centro-Africana e exigiu a restauração da ordem constitucional e a aplicação dos acordos de Libreville.

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Também neste sábado, os Estados Unidos condenaram a tomada ilegítima do poder pelos rebeldes do Seleka no país, e pediram uma convocação rápida de eleições presidenciais e o restabelecimento de um governo constitucional. "Os Estados Unidos continuam muito preocupados com a grave deterioração da segurança na República Centro-Africana", indicou um comunicado da porta-voz da diplomacia americana, Victoria Nuland.

"Condenamos firmemente a tomada do poder ilegítima pelos rebeldes do Seleka pela força, a autodesignação de Michel Djotodia como presidente e a suspensão da constituição e da Assembleia Nacional que ele depôs", acrescentou Nuland.

"O único governo legítimo (...) é o governo de unidade nacional dirigido pelo primeiro-ministro Nicolas Tiangaye", afirmou Nuland.

Washington convocou os líderes do país "a colocar em andamento rapidamente um processo aberto e legítimo que conduza a uma eleição presidencial e ao restabelecimento de um governo, de acordo com a Constituição". "A União Africana já suspendeu a República Centro-Africana e o país corre o risco de ser expulso da comunidade internacional e deixado de lado por seus aliados regionais", completou a porta-voz.