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Israelenses-árabes e palestinos celebram o Dia da Terra

Marcha anual lembra a morte de seis manifestantes por policiais israelenses em 1976 durante um protesto

Jerusalém - Israelenses-árabes e palestinos de Gaza e Cisjordânia celebravam neste sábado (30/3) o 27; Dia da Terra, a marcha anual que lembra a morte de seis manifestantes por policiais israelenses em 1976 durante um protesto contra o confisco de terras árabes na Galileia.

O ato central das celebrações está programado para as cidades árabes israelenses de Saknin e Negev.

Na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, manifestantes percorreram diversas ruas, enquanto em Khan Yunis uma multidão plantou oliveiras como parte da celebração.

Já em Rafah, perto da fronteira sul entre Gaza e Israel, cerca de 500 palestinos participaram de uma manifestação durante a qual pedras foram jogadas contra os soldados israelenses, que responderam com disparos.

Uma porta-voz do Exército israelense disse à AFP que "dezenas de palestinos tinham atacado a cerca de segurança na parte sul de Gaza, jogando pedras nos soldados que estavam no local". A mesma fonte acrescentou que as primeiras investigações indicam que "um dos manifestantes ficou levemente ferido".

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Enquanto isso, na crítica zona leste de Jerusalém, chamada de E1, uma delegação palestina que incluía o primeiro-ministro Salam Fayyad plantou árvores para marcar o Dia da Terra, disse Luba Samri, porta-voz da polícia israelense. Segundo Samri, a polícia israelense dispersou o evento e confiscou as mudas de árvores.

No Monte das Oliveiras, um enorme grupo de palestinos plantou árvores em um terreno que pertence a uma família palestina, mas, segundo Samri, três pessoas foram detidas por terem ultrapassado esse terreno e entrado em uma propriedade do Estado.

Um protesto de palestinos também desencadeou conflitos com as forças israelenses em Qalandia, na Cisjordânia. Os agentes dispersaram a multidão com bombas de gás lacrimogêneo.

A presença militar e policial em Jerusalém e na Cisjordânia foi drasticamente reforçada na sexta-feira "depois de informações de que grupos palestinos estavam preparados para participar de manifestações violentas".

As orações de sexta em Jerusalém foram realizadas sem incidentes. O acesso de homens à mesquita de Al-Aqsa foi limitado a palestinos com mais de 50 anos ou a portadores de visto de residência em Jerusalém emitido pelas autoridades israelenses.