A defesa conseguiu que Pistorius possa viajar, com a condição de que comunique seu itinerário uma semana antes. "Por que impedir que viaje por meio de controles?", alegou Roux. Segundo ele, seria absurdo pensar que um atleta de renome como Pistorius viaje a um país que não tenha acordo de extradição com a África do Sul para se esconder.
O advogado de Pistorius havia indicado que o atleta queria recuperar sua liberdade de movimento, "não para sair de férias (...) e sim para trabalhar", deixando aberta a possibilidade de um retorno às pistas.
No entanto, Peet van Zyl, seu treinador, disse à AFP que até o momento "não falou nada com Oscar" e que "só ele decidirá se quer voltar a correr". "No momento não está treinando", acrescentou. Pistorius, que segundo as condições de sua liberdade condicional, deveria se manter afastado de sua casa - onde matou a tiros sua namorada com uma arma de 9mm - obteve também a autorização para retornar a sua residência.
Os advogados do atleta indicaram que ele retornará a sua casa, mas que, provavelmente, não viverá lá. "Sim, está autorizado a viver nela, mas não acredito que tenha essa intenção", declarou um de seus advogados no encerramento da audiência. A defesa de Pistorius havia dito que "não se pode proibir um acusado de ter acesso a sua casa indefinidamente", argumentando que o acusado precisa preparar sua defesa.
No dia 14 de fevereiro, Pistorius, de 26 anos, matou a tiros a sua namorada, Reeva Steenkamp. O atleta afirma que a matou por engano, ao confundi-la com um ladrão escondido no banheiro, mas a acusação não acredita nesta versão e sustenta que eles brigaram pouco antes do crime, algo que a defesa questiona.
Pistorius entrou na história do atletismo mundial nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, ao se tornar o primeiro campeão paralímpico a competir em provas com atletas sem deficiências físicas. O sul-africano nasceu sem o perônio e teve as duas pernas amputadas abaixo dos joelhos quando tinha 11 meses. Aprendeu a andar com próteses e desde criança gostou de enfrentar esportivamente atletas sem deficiência.