O emir justificou a concessão da cadeira à oposição ao citar a "legitimidade que goza na Síria e o apoio que tem no exterior". Dezenas de países e de organizações internacionais consideram a Coalizão Nacional como a representante legítima do povo sírio.
O Qatar, anfitrião do encontro, foi o país que pressionou para conceder à oposição a cadeira da Síria, depois que as últimas negociações entre os países árabes aconteceram com as tensões internas da coalizão síria como pano de fundo, marcadas pela apresentação da renúncia de Khatib ao comando da CNS.
Fundo para Jerusalém
Além do conflito sírio, que em mais de dois anos provocou mais de 70.000 mortes, um milhão de refugiados e quatro milhões de deslocados, a reunião também abordará o processo de paz no Oriente Médio, paralisado há dois anos. O emir do Qatar propôs a celebração no Cairo de uma reunião árabe reduzida para selar a reconciliação entre o Fatah do presidente Mahmud Abbas e o movimento Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Também defendeu a criação de um fundo Al-Qods (a palavra árabe para referir-se a Jerusalém) de um bilhão de dólares, 25% deles a cargo de Doha.
[SAIBAMAIS]Para retomar o processo, a reunião deveria estabelecer uma delegação ministerial, dirigida pelo Qatar, para liderar consultas com o Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, União Europeia, Rússia e China, informou à AFP uma fonte diplomática árabe. O objetivo é conseguir um "entendimento sobre mecanismos e um calendário para negociações sérias" sobre uma solução do conflito, completou a mesma fonte.
Além disso, os países árabes podem ser convidados a cumprir com o compromisso adquirido ano passado de entregar uma "rede de segurança" de 100 milhões de dólares por mês à Autoridade Palestina, que passa por graves dificuldades orçamentárias. A reunião também pretende abordar como dar mais dinamismo à Liga que, criada em 1945, se vê afetada por suas divisões internas.
Os países árabes, submetidos a uma crescente pressão desde o início da Primavera Árabe, decidiram em janeiro concluir até o fim de 2013 a criação de uma grande zona de livre comércio árabe, aprovada em 1998, com a esperança de eliminar progressivamente as barreiras alfandegárias e criar um mercado comum.