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Ex-presidente Musharraf chega ao Paquistão depois de 4 anos de exílio

A justiça paquistanesa abriu caminho para volta ao beneficiar Pervez Musharraf com uma liberdade sob fiança

KARACHI - O ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf chegou neste domingo (24/3) a Karachi depois de passar mais de quatro anos no exílio.

O próprio Musharraf postou uma mensagem no Twitter ao iniciar sua viagem de volta: "Instalado em meu assento para iniciar o voo para casa. Paquistão primeiro"

O ex-general e ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, confirmou na sexta-feira, em Dubai, que, depois de cinco anos no exílio, voltará no domingo a seu país, onde pesam contra ele várias ordens

Em função deste anúncio, os talibãs aliados da Al-Qaeda ameaçaram no sábado assassinar o ex-presidente caso ele volte ao Paquistão.

"Preparamos um comando de camicases para Musharraf", afirmou à AFP Ehsanulá Ehsan, porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), falando por telefone.

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O TTP é um dos principais grupos armados islamitas responsáveis por uma onda de atentados sem precedentes, que causaram quase 6.000 mortos no Paquistão em seis anos.

Musharraf já sobreviveu, quando era presidente, a dois atentados de grupos fundamentalistas muçulmanos que, desde 2001, reprovam os diferentes governos e as forças armadas de terem se aliado com Washington em sua "guerra contra o terrorismo".

Nos últimos anos, Musharraf anunciou em várias ocasiões sua volta ao Paquistão, mas depois voltava atrás por temer ser preso em sua chegada.

O ex-presidente pensa em participar nas eleições gerais de 11 de maio, uma votação histórica, já que o governo civil acaba de concluir uma legislatura completa de cinco anos, algo inédito neste país com uma história salpicada de golpes de Estado.

O ex-general que chegou ao poder em 1999 depois de um golpe de Estado, abandonou o poder e o país em 2008, depois de renunciar pressionado especialmente pela justiça.

O ex-presidente está envolvido em três casos: a morte do líder separatista baluche Akbar Bugti, em 2006, e da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, em 2007, assim como o afastamento ilegal de juízes em 2007.