"Este pontificado será enraizado nos ensinamentos de Bento XVI, que foi a principal força intelectual da Igreja nos últimos 25 anos. Sua herança continuará a influenciar este pontificado", considera Samuel Gregg, do instituto de pesquisa americano Aston.
Semelhanças podem ser traçadas entre os discursos dos dois papas, por exemplo sobre a necessidade de privilegiar aspectos positivos da doutrina ao invés das condenações.
De acordo com o jornalista alemão Peter Seewald, maior especialista de Joseph Ratzinger, "está claro desde o início que o novo papa se inscreve nos passos de seu predecessor".
Ao jornal Corriere della Sera, Seewald afirmou que "Bento preparou o caminho (...) Ele é um grande admirador de São Francisco de Assis. Depois de São Bento (fundador do monaquismo ocidental), é Francisco de Assis que está em segundo lugar para ele: dois reformadores da Igreja, cada um em seu território, em seu caminho próprio".
"João Paulo II estabilizou o barco da Igreja na tempestade, Bento a purificou, deu instruções à tripulação e a recolocou no caminho certo. Agora Francisco irá ligar o motor para fazer a Igreja se mover", afirma Peter Seewald.
Quando se estabelecer em maio em um antigo monastério na colina do Vaticano, o papa emérito estará a poucos passos do gabinete de Francisco. Uma coabitação inédita terá início, e os encontros serão possíveis nos jardins.