Genebra - A Argentina se somou à sanção do Irã no Conselho de Direitos Humanos da ONU, aceitando o relatório do Relator para este país, que informa sobre diversas violações dos Direitos Humanos, segundo uma resolução adotada nesta sexta-feira (23/3) em Genebra por 26 votos a favor, dois contra e 17 abstenções.
"Expressando grave preocupação diante da situação dos direitos humanos" no Irã, constatada no relatório do Relator para este país, Ahmed shaheed, o Conselho acolheu com beneplácito este relatório, que revela uma "cultura de impunidade" no Irã, e resolveu prorrogar por um ano o mandato do Relator, decisão considerada uma sanção nos costumes das Nações Unidas.
[SAIBAMAIS]Dos oito assentos que a América Latina dispõe, entre os 47 que compõem o Conselho de Direitos Humanos da ONU, além da Argentina, votaram a favor da resolução Guatemala, Peru, Costa Rica, Chile e Brasil. Em troca, a Venezuela se opôs e o Equador se absteve. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também enviou um relatório a este Conselho sobre o Irã, onde são mencionados casos de tortura, violações dos direitos da mulher, repressão contra ativistas e ausência de garantias legais.
Neste contexto, cabe lembrar que os dois líderes da oposição ao atual governo do Irã, Mir Hossein Moussavi e Mehdi Karoubi, encontram-se detidos, sem acusações, e que várias Organizações Não Governamentais (ONG) protestaram pelo abuso na aplicação da pena de morte.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, comunicou paralelamente ao Conselho sua condenação pela execução de quatro membros da minoria árabe ahwazie, na prisão de Karou, na região de Ahwaz, no Irã.