O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta terça-feira que setores do governo dos Estados Unidos ordenaram à oposição que boicote as eleições presidenciais de 14 de abril, nas quais enfrentará o líder opositor Henrique Capriles.
"Estes falcões loucos têm planos contra nosso país e estão ordenando à direita venezuelana a se retirar para não sofrer uma derrota esmagadora, como vai ocorrer, ou sabotar o processo eleitoral", disse Maduro, citando o "Pentágono, a CIA e o departamento de Estado" americano.
Após denunciar que tais organismos detêm "o poder verdadeiro" nos Estados Unidos, Maduro pediu ao presidente Barack Obama que "faça algo para deter estes falcões loucos" que "estão impondo sua política contra a Venezuela".
Mais cedo, o presidente interino advertiu no Twitter que a oposição planeja boicotar as eleições ou denunciar fraude, pedindo aos ;chavistas; que fiquem "alertas" para qualquer cenário.
"A direita se prepara para se retirar das eleições ou reclamar de fraude. Todos alertas para vencer em qualquer cenário! Respeito ao Árbitro (eleitoral)", escreveu Maduro em sua conta @NicolásMaduro, aberta no fim de semana.
Maduro fez tais acusações reagindo a um editorial do jornal El Nacional, que nesta terça-feira chamou de "Dona Mentira" a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, e considerou o órgão um "apêndice do Executivo".
"Este editorial é a prova de nossa denúncia. Nós a repudiamos", escreveu em um outro tuíte o presidente interino, que assumiu o cargo após a morte de Hugo Chávez no dia 5 de março vítima de um câncer.
Lucena defendeu no domingo a "solidez e a integridade" do sistema eleitoral da Venezuela, ao responder à subsecretária americana para a América Latina, Roberta Jacobson, que pediu "eleições abertas, justas e transparentes" na Venezuela.
"Que moral têm os Estados Unidos (...) para questionar o melhor sistema do mundo, no qual o povo elege diretamente e não por um sistema medieval?" - questionou Maduro, em referência ao colégio eleitoral americano.
No domingo, Maduro convocou Obama a deter um suposto plano para assassinar Henrique Capriles com o objetivo de desestabilizar o país.
"Responsavelmente, eu, presidente interino da república da Venezuela, falo com o presidente Obama: Roger Noriega, Otto Reich, funcionários do Pentágono e da CIA estão por trás de um plano para assassinar o candidato da direita venezuelana", disse Maduro em referência a Capriles, em uma entrevista ao canal privado Televen.
Segundo o presidente interino, o objetivo do plano é "jogar a culpa (do ataque) no governo" e "criar um caos na Venezuela" antes das eleições presidenciais de abril.