Jornal Correio Braziliense

Mundo

EUA negam envolvimento em plano para desestabilizar a Venezuela

"Deixe-me dizer de maneira muito clara: os Estados Unidos rejeitam categoricamente as acusações de ter algum envolvimento com um plano para desestabilizar o governo venezuelano ou para prejudicar alguém na Venezuela", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland

Washington - Os Estados Unidos negaram categoricamente nesta segunda-feira (18/3) qualquer envolvimento em uma manobra para desestabilizar a Venezuela, depois de o presidente no comando do país, Nicolas Maduro, revelar um plano para atacar o líder da oposição, Henrique Capriles.

"Deixe-me dizer de maneira muito clara: os Estados Unidos rejeitam categoricamente as acusações de ter algum envolvimento com um plano para desestabilizar o governo venezuelano ou para prejudicar alguém na Venezuela", declarou à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

Maduro, que assumiu a presidência interina após a morte do presidente Hugo Chávez, em 5 de março, acusou no domingo o presidente americano, Barack Obama, de deter um suposto plano para atacar Capriles, um mês após a eleição presidencial na Venezuela.


De acordo com Maduro, que enfrentará nas eleições de 14 de abril o próprio Capriles, por trás do plano que tinha como objetivo culpar o governo de Caracas e criar o caos, estavam funcionários do Pentágono e da CIA e os embaixadores dos Estados Unidos Roger Noriega e Otto Reich.

Nuland disse que Noriega, ex-embaixador americano na OEA, e Reich, ex-secretário de Estado e embaixador em Caracas, poderiam falar por si.

As relações entre os dois países continuam a ser tensas mesmo após a morte de Chávez, um crítico feroz de Washington: na segunda-feira passada os Estados Unidos anunciaram a expulsão de dois diplomatas venezuelanos, logo depois de Caracas ter feito o mesmo com dois militares americanos em 5 de março.

Estados Unidos e Venezuela não têm embaixadores em suas respectivas capitais desde 2010, e apesar de vários contatos diretos entre os dois governos, as relações diplomáticas continuam a um nível mínimo.