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Tribunais julgarão condenados por violar direitos humanos no Uruguai

Condenados serão julgados por "Tribunais de Honra" das Forças Armadas

Montevideu- O ministro da Defesa do Uruguai, Eleuterio Fernández Huidobro, afirmou que os militares condenados por violar os direitos humanos durante a ditadura (1973-1985) serão julgados por "Tribunais de Honra" das Forças Armadas, publicou neste domingo a imprensa local.

"Irão", disse Huidobro ao jornal La República, quando perguntado sobre o comparecimento perante estes tribunais dos militares que atualmente cumprem condenação judicial firme por crimes cometidos durante a última ditadura.

"Vão todos. Vão com o apoio do comandante-em-chefe do Exército, Pedro Aguerre, a esta resolução do Ministério da Defesa", acrescentou.

O ex-ditador Gregorio Álvarez, presidente de 1981 até o fim da ditadura e condenado a 25 anos de prisão pelo desaparecimento de 37 pessoas entre 1977 e 1978, lidera a lista dos militares que serão submetidos a tribunais de honra.

Juan Carlos Larcebeau, condenado a 20 anos de prisão como co-autor no desaparecimento de 29 pessoas, e Nino Gavazzo, coronel do regime militar condenado a 25 anos de prisão pela morte de dezenas de uruguaios sequestrados na Argentina, passarão junto com Álvarez e com outros ex-oficiais a tribunais de honra militares.



Huidobro - ex-líder da guerrilha Tupamaros - considerou que os militares não foram conduzidos a tribunais militares anteriormente devido a "uma questão de política".

A decisão de Huidobro de passar a tribunais militares os condenados foi divulgada menos de um mês após a Suprema Corte de Justiça (SCJ) do Uruguai declarar inconstitucional uma lei de 2011 que considerava imprescritíveis os crimes cometidos na última ditadura.